O transtorno de borderline, também conhecido como transtorno de personalidade limítrofe, é caracterizado pelas mudanças súbitas de humor e comportamentos impulsivos. Estima-se que 6% da população mundial tenham essa síndrome que é marcada, além da oscilação de emoções, por impulsividade, irritação diante de respostas negativas, dificuldade no controle da raiva e idealização extrema.
Em inglês, o termo “borderline” refere-se a algo que está na fronteira, no limite ou é incerto. Normalmente, as pessoas com esse distúrbio têm momentos em que estão normais, que alternam com surtos, manifestando comportamentos descontrolados. Esses sintomas começam a se manifestar na adolescência e se tornam mais frequentes no início da vida adulta.
Os portadores do transtorno têm medo de que as emoções fujam do controle, demonstrando irracionalidade em situações de maior estresse e criando uma grande dependência dos outros para conseguirem se manter estáveis. Em alguns casos mais graves, pode ocorrer automutilação e até mesmo o suicídio.
As crises de personalidade se manifestam quando essas pessoas passam por conflitos emocionais difíceis ao longo da vida, como mortes, separações, brigas e abuso sexual, sobretudo na infância. Por isso, o auge das crises é na adolescência e na juventude, com tendência de diminuição a partir da fase adulta.
Diagnóstico
Esse transtorno não tem cura, mas com diagnóstico correto e tratamento adequado pode ser controlado, garantindo boa qualidade de vida para as pessoas que sofrem com ele.
O diagnóstico é feito pela descrição do comportamento relatado pelo paciente e mediante a observação de um psicólogo ou psiquiatra.
Além disso, é importante fazer exames fisiológicos, como hemograma e sorologia, para a exclusão de outras condições, pois as suas características são semelhantes às de depressão ou esquizofrenia, por exemplo. Durante o diagnóstico, o profissional vai identificar características como as seguintes:
- Carência — Costumam pedir afeto e carinho. Muitas delas tratam grupos de pessoas sem tanta intimidade como se fosse sua família.
- Rebeldia e excessos — Tendem a desrespeitar as regras, abusam de álcool e outras drogas e têm dificuldade de obedecer às hierarquias no trabalho. Alguns também costumam dirigir em alta velocidade, têm avidez pelo perigo e vivem na “adrenalina”.
- Instabilidade — Mudam de humor constantemente, passando de situações extremas de alegria para depressão em um mesmo dia.
- Autoflagelação — Podem se cortar, se apertar e fazer machucados pelo corpo como medida de punição.
- Depressão — Geralmente apresentam padrão de humor depressivo leve.
Tratamento do transtorno de borderline
O tratamento é realizado com o uso de medicamentos antidepressivos, estabilizadores de humor e calmantes indicados pelo médico.
Além do tratamento com remédios, é necessário manter acompanhamento psicológico, sendo indicada a psicoterapia para ajudar a pessoa a controlar suas emoções negativas, sabendo como enfrentar momentos de maior estresse.
A depender dos sintomas apresentados pela pessoa, o terapeuta pode estabelecer o tipo de terapia a ser empregada no tratamento do transtorno de borderline, podendo ser comportamental dialética, que é geralmente usada com pessoas que tentaram suicídio, cognitivo-comportamental, familiar ou psicoterapia individual. A terapia pode durar de meses a anos, dependendo do paciente.
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