tratamento psiquiátrico

Qual é a importância do envolvimento da família no tratamento psiquiátrico?

Você já parou para pensar no quanto a participação familiar é necessária durante um tratamento psiquiátrico?

Vale lembrar que todo ser humano recebe influência do meio social no qual vive e das pessoas com as quais se relaciona. Logo, conviver com os familiares e ter o suporte deles pode ser muito positivo para o paciente psiquiátrico, impactando nos resultados da intervenção.

Infelizmente, em muitos casos, a pessoa com distúrbios psíquicos é excluída socialmente e rejeitada pelos próprios entes, que se afastam por medo, vergonha, preconceito e desconhecimento. Entretanto, o apoio familiar é comprovadamente essencial para o controle e melhora de problemas mentais. 

Quer descobrir porque o acompanhamento é tão importante no tratamento psiquiátrico? Confira!

O apoio da família na intervenção de transtornos psíquicos

O paciente pode estar respaldado pelos melhores psiquiatras e terapeutas, tomar os medicamentos adequados, ser assíduo às sessões de psicoterapia, praticar exercícios físicos e se dedicar à terapia ocupacional, mas ainda assim, a participação da família faz a diferença. 

A família cumpre o papel de acolher, mesmo que outros grupos sociais virem as costas para o paciente psiquiátrico. É a primeira referência que uma pessoa tem como indivíduo, é nela que ele se reconhece e, de modo geral, é com ela que pode contar em tempos difíceis.

O desafio de dar suporte a um familiar em tratamento

Não é fácil ter que lidar com sintomas que atrapalham o convívio familiar, como a irritabilidade, agressividade, alterações de humor, tristeza profunda, euforia extrema, pânico, mania de perseguição, abstração da realidade, pânico etc. 

As famílias de pacientes psiquiátricos realmente têm diante delas um desafio. A dependência química, por exemplo, pode impactar psicologicamente não só o usuário de drogas, como também os seus familiares, em um processo nomeado de codependência, ou seja, até os entes estão sujeitos a adoecer e, para que isso não aconteça, também precisam de apoio.

A participação da família durante o processo terapêutico

O primeiro passo para que a família auxilie o paciente durante o método consiste em entender a condição psiquiátrica, conhecer os sintomas e etapas a serem seguidas. Isso aumenta a segurança do familiar em relação ao quadro, alinha as expectativas e o ajuda a lidar com as possíveis situações estressantes que venham a ocorrer durante o processo.

A família deve se envolver de forma moderada e orientada, a fim de se tornar uma grande aliada em todo processo. Além de acolher com base no amor e aceitação, pode ajudar o paciente no uso das medicações, deslocamento até as consultas, supervisão de comportamentos de risco, entre outras atitudes que colaboram e fortalecem o vínculo familiar.

Um dos objetivos do tratamento psiquiátrico é promover a inclusão psicossocial do paciente com o transtorno, bem como, recuperar sua autonomia. Nesse sentido, a participação da família é crucial, pois faz com que ele se sinta respeitado, amado e apoiado, o que o fortalece para enfrentar as etapas que virão.

O que não fazer ao acompanhar um paciente

O familiar não deve se sentir culpado pela situação na qual seu ente querido se encontra, tampouco, precisa se envergonhar de não ter sido capaz de formar alguém mentalmente saudável. Esse poder não está nas mãos da família! Geralmente, os transtornos mentais são resultantes de uma combinação de fatores que vão muito além de questões afetivas.

Durante o tratamento, a família precisa deixar de lado os julgamentos, o excesso de críticas e cobranças. A superproteção também é contraindicada, uma vez que todos esses aspectos aumentam a propensão às recaídas. Por fim, não vale se sobrecarregar. 

O familiar deve ter em mente que pode ajudar, mas não resolverá sozinho o problema do paciente psiquiátrico. Lembre-se que quem tem um de seus familiares adoecido psiquicamente, não deve assumir integralmente a responsabilidade pelo tratamento ou se penalizar quando (e se) algo der errado. 

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!

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