As constantes mudanças físicas e fisiológicas que ocorrem durante a infância e a adolescência favorecem a eclosão da maioria das psicoses funcionais. Esses transtornos podem produzir graves impactos para o paciente e para aqueles que estão no entorno dele. Você sabe o que são esses distúrbios emocionais? Neste texto, irei abordar as particularidades das psicoses, apresentando causas, sintomas e formas de tratamento relacionados ao quadro.
O que é uma psicose funcional?
O termo psicose é definido como uma desordem mental que compromete o pensamento, a resposta afetiva e a percepção de realidade de um indivíduo. As psicoses funcionais são aquelas de natureza psíquica e são classificadas em 4 grupos. O 1º diz respeito às reações esquizofrênicas. Essas reações são um conjunto de perturbações psicóticas que fazem com que o paciente fuja da realidade, apresentando enfraquecimento emocional, insensibilidade emotiva, alucinações, devaneios, dentre outros. As reações paranoides são o 2º grupo, caracterizado pelos quadros alucinatórios e delirantes, como a megalomania. Contudo, diferentemente da esquizofrenia, os pacientes paranoides não apresentam alteração na personalidade. No 3º grupo, estão as reações afetivas que estão subdivididas em reações maníaco-depressivas e psicótico-depressivas. Esses pacientes têm como principal característica as flutuações de humor, modificando o pensamento e o comportamento. O 4º grupo abrange as reações psicóticas involutivas que se apresentam por meio de intensa melancolia, depressão, agitação ou angústia. Os transtornos mais comuns durante a infância são a esquizofrenia e os transtornos de humor. Por isso, iremos nos debruçar sobre essas 2 patologias.
Qual a causa?
A esquizofrenia é uma doença rara na infância, sendo um pouco mais frequente na faixa etária de 15 a 30 anos de idade. Como a criança ainda é um ser em desenvolvimento, os diagnósticos dessa doença não são precisos. Da mesma forma, existe muita dúvida sobre a origem das psicoses funcionais na infância. Os fatores biológicos são primários, e os psicossociais exercem grande influência. A herança genética já foi comprovada como uma das causas da esquizofrenia. Alguns fatores pré-natais ou perinatais também estão associados à patologia, por exemplo, complicações de gravidez e parto, exposição pré-natal a viroses e anormalidades na formação celular do indivíduo.
Como perceber essas psicoses na infância?
Durante muitos anos, essas psicoses foram tratadas e observadas em adultos da mesma forma de quando acometiam crianças. No entanto, com o passar dos anos, foi percebido que, durante a infância, a esquizofrenia apresenta-se com algumas particularidades. Os sintomas mais recorrentes são os distúrbios do pensamento, tais como desorganização de ideias, delírios e alucinações. Além disso, os pacientes com menos de 12 anos de idade costumam ser socialmente desadaptados, estranhos e isolados. As crianças esquizofrênicas também apresentam
deficit cognitivo, de atenção, de aprendizado e de abstração. Porém, a esquizofrenia na infância é de difícil diagnóstico. Por isso, na maioria dos casos, os sintomas persistem por mais de 1 ano até a patologia ser confirmada. Outro fator importante é que, diferente dos casos durante a vida adulta, as crianças do sexo masculino são duas vezes mais afetadas pela esquizofrenia.
Existe tratamento?
O tratamento das psicoses funcionais está baseado nas vertentes famarcológica e socioeducativa. Na parte farmacológica, a prescrição de neurolépticos ou antipsicóticos costuma ser comum. Contudo, o uso desses medicamentos em crianças ainda é restrito. As ações socioeducativas consistem no trabalho de orientação ao paciente e à família por uma equipe multidisciplinar. O tratamento terapêutico é importante para melhorar as relações familiares que podem sofrer conflitos. Em razão de toda a complexidade que envolve a confirmação do diagnóstico de uma psicose funcional na infância, os familiares precisam estar atentos aos comportamentos apresentados pela criança. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder os seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como
psiquiatra em Lucas do Rio Verde!