O transtorno esquizoafetivo é um distúrbio mental em que ocorre a união entre a esquizofrenia (delírios sobre a realidade) e o transtorno afetivo (depressão ou variação repentina de humor). Ele pode ser caracterizado por um ou mais episódios simultâneos ou alternados de transtorno bipolar e psicose. Os ciclos de sintomas graves costumam ser seguidos por períodos de melhoria. Dessa forma, a diferenciação entre o transtorno esquizoafetivo, a esquizofrenia e os transtornos de humor exige avaliação complexa da variação e da progressão dos sintomas. São sinais de psicose, paranoia e alucinações, bizarras ou não. Entre os sinais do transtorno está o comportamento predominantemente maníaco, depressivo ou misto.
Comportamentos do transtorno esquizoafetivo
Durante os períodos sintomáticos, o indivíduo apresentará comportamentos não usuais, causados pelos pensamentos anormais que o perseguem. Um exemplo é a pessoa mentir sobre uma atitude compulsiva ou roubar impulsivamente e esconder tais fatos da família ou amigos. Ela pode não estar lúcida quanto às suas ações até o início do tratamento e pode, assim, ficar chocada com o que fez, depois de ter conhecimento do comportamento. Outro exemplo é a possibilidade de a pessoa sentir-se ansiosa e apresentar problemas para engolir. Ela estará convicta, entretanto, de que forças externas estão controlando suas funções peristálticas. As fobias também são manifestações comuns de casos de indivíduos com transtorno esquizoafetivo. Podem, ainda, apresentar características de isolamento ou pouco contato social, dormir demais ou, ao contrário, não conseguir dormir. Dificuldades na execução de tarefas também podem ocorrer, assim como dificuldade de concentração, atenção, raciocínio lógico e controle de impulsos.
Diagnóstico complexo
Para se obter o diagnóstico, é preciso que sejam identificados os sintomas de humor significativos (depressivos ou maníacos) durante parte substancial da duração total da enfermidade. Além disso, os sintomas devem acompanhar pelo menos dois sinais de esquizofrenia (delírios, alucinações, fala desorganizada, comportamento catatônico ou excessivamente desorganizado, sintomas negativos). Há uma lista de sinais que devem ser observados, a fim de se diagnosticar o transtorno. O comportamento deve ser observado por um profissional em saúde mental. Os episódios devem ser narrados por ele próprio, bem como seus familiares, amigos e colegas de trabalho para que sejam avaliados como um todo. As pessoas esquizoafetivas são propensas a apresentar uma ou mais doenças, como transtornos de ansiedade, abuso de substâncias ou algum transtorno de personalidade. Problemas pessoais, como desemprego por longos períodos, pobreza e mendicância são comuns. A expectativa de vida média de pessoas com transtorno esquizoafetivo é menor do que aqueles que não sofrem da doença, devido ao aumento de outros problemas de saúde e um índice de suicídio maior neste público.
Tratamento multidisciplinar
Como o transtorno esquizoafetivo se associa, frequentemente, à incapacitação de longo prazo, é necessário um tratamento abrangente. Os antipsicóticos atípicos, combinados com um estabilizante de humor ou antidepressivo (ou ambos), farão parte da terapêutica vinculada com a psicoterapia, terapia vocacional e/ou reabilitação psiquiátrica e social. Nos casos em que haja risco para o indivíduo com transtorno esquizoafetivo ou para terceiros, hospitalização breve e involuntária pode se fazer necessária. É importante que a família participe do tratamento desde o início. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como
psiquiatra em Lucas do Rio Verde!
