Disforia de gênero é o nome dado à condição em que a pessoa apresenta um desconforto persistente em relação às marcas sexuais de nascimento, identificando-se fortemente com o gênero oposto. Somadas a essa característica, a pessoa tende a apresentar ansiedade, depressão e irritabilidade.
Conceitos relacionados com a disforia de gênero
Para falar sobre o assunto é preciso entender claramente os conceitos referentes ao tema. O
sexo corresponde ao status biológico de uma pessoa: masculino, feminino ou intersexo. Enquanto
identidade de gênero está relacionada com a sensação subjetiva do gênero ao qual uma pessoa pertence, ou seja, como ela se considera: masculino, feminino, transgênero ou outro termo de identificação. A
identidade sexual refere-se ao sexo ao qual uma pessoa é sexualmente atraída, quando há algum. Contudo, esse conceito não é analisado para o diagnóstico da disforia de gênero. Por outro lado, tudo o que as pessoas dizem e fazem para indicar a si mesmas e aos outros com qual gênero elas se identificam é caracterizado pela expressão
papel do gênero. Para a maioria das pessoas, há uma harmonia entre sexo do nascimento ou biológico, identidade de gênero e papel do gênero. Entretanto, para as pessoas com disforia de gênero ocorre uma inconformidade entre o sexo biológico e a identidade de gênero. Sendo assim, algumas teorias buscam explicar a transgeneridade ou as causas para a disforia de gênero através de fatores biológicos, psicológicos e socioculturais.
Diagnóstico em diferentes faixas etárias
A disforia de gênero pode ser expressa em diferentes faixas etárias e não inclui a condição física simultânea do intersex. Nas crianças, ela pode ser manifesta entre dois a três anos de idade. Geralmente, os menores apresentarão preferência em se vestir com roupas do sexo oposto, assim como o desejo de participar de jogos e atividades de estereótipo contrário. Persistirão que são do sexo oposto e apresentam sentimentos negativos com relação a seus genitais. Em adolescentes e adultos, as manifestações ocorrerão pelo forte desejo de prevenir o desenvolvimento ou se livrar de suas características sexuais primárias e/ou secundárias. Também pelo forte desejo de ser do gênero oposto (ou algum outro gênero) e ser tratado como tal. Há, ainda, convicção sobre a presença de sentimentos típicos e reações do sexo oposto. O diagnóstico em adultos tem como premissa o fato de existir aflição significativa ou comprometimento óbvio do funcionamento social, ocupacional, bem como de outras áreas importantes da vida. Inconformidade de gênero por si só é insuficiente para o diagnóstico da disforia de gênero.
Tratamento multidisciplinar da disforia de gênero
O tratamento para disforia do gênero visa ajudar os indivíduos a se adaptarem à sua identidade, não o contrário. Os profissionais de saúde mental serão importantes para que o indivíduo encontre uma expressão de gênero com a qual ele se sinta à vontade e lide melhor com os efeitos negativos do estigma. Outro papel fundamental é o da avaliação e tratamento de doenças comórbidas, como a depressão, transtornos por uso de drogas, entre outros. Frequentemente, o tratamento inclui hormônios e cirurgia de redesignação sexual. Tratamentos endócrinos, psicológicos e cirúrgicos auxiliarão o indivíduo a se sentir mais confortável com sua identidade de gênero, aumentar seu bem-estar psicológico e, assim, atingir a autorrealização. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como
psiquiatra em Lucas do Rio Verde!
