Disfunções sexuais consistem na dificuldade encontrada pela pessoa em alguma etapa do ciclo de resposta sexual, do desejo ao orgasmo. Tal problema pode ter relação com fatores psicológicos ou físicos, incluindo estresse, depressão, tabagismo, alcoolismo, experiências traumáticas no passado, inflamações locais, alterações hormonais, crises conjugais, etc. Muito se fala em transtornos sexuais masculinos, como a disfunção erétil e a ejaculação precoce. O que nem todo mundo sabe é que as alterações sexuais também podem atingir as mulheres, causando falta de libido, dor ou desconforto durante o sexo, dificuldade para ficar excitada, lubrificação insuficiente, incapacidade de atingir o orgasmo, dentre outros. De acordo com estudos recentes, a redução do apetite sexual atinge cerca de 48,5% das mulheres. A dificuldade para ter orgasmo é um problema comum para 35%, aproximadamente 9% sentem dor durante as relações, enquanto 6,9% relatam que têm níveis irregulares de desejo. Quer conhecer os principais tipos de disfunção sexual em mulheres? Veja só!
Conheça as disfunções sexuais que afetam as mulheres
1. Vaginismo
O vaginismo é caracterizado pela contração involuntária da musculatura em torno da abertura vaginal. Essa contração aperta a região, dificultando as relações sexuais ou impossibilitando-as, pois a penetração se torna inviável por causa da dor típica desse quadro. Cumpre ressaltar que esse problema afeta de 3% a 5% das mulheres
2. Dispareunia
Dispareunia é uma sensação dolorosa que surge na tentativa de manter relações sexuais ou qualquer atividade sexual que envolva penetração. Tal dor pode ser profunda ou superficial, sendo acompanhada geralmente de secura vaginal. O diagnóstico requer análise dos sintomas e exame pélvico, mas as causas podem estar associadas a fatores psicológicos, portanto, a psicoterapia pode ser útil no tratamento da paciente.
3. Compulsão sexual
A compulsão sexual é uma condição marcada pelo comportamento anormal focado excessivamente em sexo, o que pode prejudicar fortemente a vida social, afetiva e profissional da mulher. Dentre as práticas comuns de quem tem compulsão sexual, estão a masturbação demasiada, o uso descontrolado de pornografia e o contato sexual com múltiplos parceiros ocasionais. É necessário diferenciar uma simples preferência ou hábito sexual daquilo que realmente é patológico, por isso é recomendado obter o diagnóstico adequado e procurar ajuda se o interesse por sexo ocupar boa parte da sua vida, a ponto de atrapalhar outras áreas.
4. Anorgasmia
A anorgasmia é a dificuldade para se chegar ao orgasmo, ainda que a mulher esteja sexualmente excitada e seja suficientemente estimulada. O orgasmo é uma reação natural do sistema nervoso parassimpático a estímulos realizados nos órgãos genitais. Para atingi-lo, o sistema nervoso ordena que os batimentos cardíacos se acelerem e haja posteriormente a descarga de adrenalina e outros hormônios relacionados à sensação de prazer. Com quem tem anorgasmia, isso não acontece.
5. Desejo sexual hipoativo
A falta de vontade de fazer sexo tem nome: desejo sexual hipoativo (DSH), uma condição que pode causar insatisfação pessoal, instabilidade no relacionamento, além de outros problemas, como a depressão. As causas podem ser variadas, incluindo acúmulo de tarefas, alterações hormonais da menopausa, problemas de relacionamento, histórico de abusos, educação repressora, etc. Sendo assim, a abordagem terapêutica deve ser individualizada e multidisciplinar, podendo envolver reposição hormonal, fisioterapia pélvica, acompanhamento psicológico, dentre outros. Infelizmente, muitas mulheres se sentem culpadas por não conseguirem alcançar uma vida sexual satisfatória, o que pode comprometer fortemente o bem-estar físico e mental delas. Por isso, é importante buscar suporte ginecológico e psicológico para tratar o distúrbio sexual. Não permita que a vergonha ou o comodismo a impeça de procurar ajuda médica caso você apresente alguma das disfunções sexuais apresentadas neste artigo. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como
psiquiatra em Lucas do Rio Verde!