Em um rotina cada vez mais agitada, é normal que tenhamos que realizar uma série de tarefas diversas e em um período de tempo cada vez menor. Essa é uma tendência que fica cada vez mais forte na vida de todos. Até mesmo no mercado de trabalho, a hiperespecialização, necessária até pouco tempo atrás, está sendo substituída por competências mais holísticas. Ou seja, conseguir fazer cada vez mais coisas, saber mais é cada vez mais valorizado.
No entanto, quando essa agitação intensa começa a afetar de forma significativa a vida, atrapalhando no desenvolvimento de atividades simples que exigem concentração, pode-se estar diante de um quadro de hiperatividade.
A doença, que manifesta seus primeiros sintomas já na infância, afeta principalmente crianças do gênero masculino. Mas não se engane, ela pode se manifestar em ambos os sexos e em qualquer idade.
Caracterização da doença
Ao contrário do que acredita o senso comum, a hiperatividade não é causada por falta de disciplina ou mau comportamento, mas, sim, por um mau funcionamento ou subdesenvolvimento de algumas áreas do cérebro. Dentre estas áreas, podemos listar: lóbulo frontal (responsável pelo controle de atenção, tomada de decisões, resolução de problemas, dentre outros); cerebelo (responsável pelo controle motor); sistema noradrenérgico; gânglios da base (aprendizagem, coordenação, controle da impulsividade), dentre outros.
Isso faz com que ocorra uma comunicação pífia entre os neurônios, desencadeando o transtorno em questão.
Vale destacar que existem duas principais formas em que a hiperatividade se apresenta: a motora, que ocorre quando a criança ou adulto não consegue ficar quieta por muito tempo, isto é, está relacionada aos movimentos; e a mental, quando os pensamentos ocorrem em excesso e/ou de modo desorganizado, causando irritação, ansiedade, agressividade e desatenção.
Principais sintomas da hiperatividade
Dentre os principais sintomas do transtorno, manifestados em crianças, temos:
- Inquietação;
- Movimentos excessivos;
- Estar sempre saltando, pulando ou correndo;
- Esbarrar em móveis ou pessoas;
- Comer e assistir televisão em pé;
- Fazer xixi na cama, mesmo com idade avançada;
- Sono agitado;
- Dificuldades para brincar de forma calma, seja sozinho ou junto a colegas;
- Dificuldade de concentração para a realização de tarefas;
- Dificuldade de foco para a resolução de problemas;
- Fala excessiva ou desorganizada, sem seguir uma linha lógica de raciocínio;
Outros sintomas, como sonolência durante o dia e evitar brincadeiras clássicas, em especial as realizadas em grupo, são menos frequentes, mas também associados ao transtorno. Por isso, pais, professores e responsáveis devem sempre estar atentos a estes sinais.
Já em adultos, a hiperatividade se manifesta a partir dos seguintes sintomas:
- Fumar, beber ou fazer uso de outras substâncias de forma excessiva;
- Ser viciado no trabalho;
- Ter dificuldades para permanecer sentado durante reuniões;
- Falar excessivamente;
- Extrema ansiedade.
O tratamento deve ser iniciado tão cedo quanto possível, pois, caso contrário, a hiperatividade poderá interferir de forma drástica na vida do indivíduo, fazendo com que ocorra um retardo no desenvolvimento da criança, deixando-a mais propensa a sofrer bullying, prejudicando a vida social, afetiva e profissional de jovens e adultos.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde.