Tabagismo

Tabagismo e doenças psiquiatricas: entenda a relação

Embora o ato de fumar não seja mais tão bem visto na sociedade, inclusive com a proibição para fazê-lo em restaurantes e outros ambientes fechados, o tabagismo ainda é uma realidade no Brasil e continua fazendo muitas vítimas. O que poucas pessoas sabem é que existe uma relação próxima entre o desejo de fumar e as doenças psiquiátricas. Quer saber mais sobre isso? Então, recomendamos a leitura deste post.

Afinal, o que é tabagismo?

Trata-se de uma doença crônica provocada pela dependência à nicotina, uma substância psicoativa presente nos produtos derivados do tabaco, causando dependência química. Isso porque produz sensações de prazer e relaxamento nos seus usuários. Porém, com o passar do tempo, o organismo se adapta a sua presença, reduzindo os benefícios que proporciona. Em consequência disso, para manter a sensação de bem-estar, o fumante aumenta o seu consumo diário de cigarros. Ainda, inserido neste círculo vicioso, o indivíduo potencializa ainda mais os sintomas e os graves prejuízos que o tabagismo traz para sua saúde. Apenas para que você tenha uma ideia, o fumo é responsável por quase 100% das mortes por câncer de pulmão. Além disso, é apontado como a principal causa de óbito por outros tipos de câncer, por bronquite crônica, enfisema pulmonar e doenças cerebrovasculares. A dependência da nicotina também é a pior inimiga do coração, causando infartos a aterosclerose.

Qual a relação entre o fumo e as doenças psiquiátricas?

Diversos estudos apontam para uma forte associação entre tabagismo e transtornos depressivos, especialmente a depressão maior. Por isso, os fumantes com histórico dessa doença estão mais suscetíveis às recaídas e têm maior dificuldade em largar o vício. Ainda, a explicação para isso está no papel de apoio que a nicotina tem para aliviar os sentimentos de tristeza ou de humor negativo, existindo, portanto, uma relação direta entre os níveis de consumo de tabaco com os níveis de depressão. Outra associação evidenciada em pesquisas é a associação entre esquizofrenia e o ato de fumar.  Nos EUA, cerca de 70% da população esquizofrênica é fumante, ao passo que em pacientes de outros transtornos, a média fica em torno de 50%. Provavelmente, a justificativa para essa relação esteja na dificuldade que portadores de esquizofrenia têm em controlar os impulsos. Segundo depoimentos de esquizofrênicos, o fumo diminui a ansiedade e os efeitos colaterais das medicações diárias que precisam tomar. Além disso, é possível que o tabaco produza outros benefícios para esses pacientes, como por exemplo, a melhora da concentração, redução da hiperestimulação, a apatia, o tédio e as emoções da síndrome de abstinência. Outro distúrbio psiquiátrico que se relaciona com o fumo é a ansiedade. Porém, essa relação varia de acordo com o tipo de transtorno. No caso do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), a prevalência de fumantes é menor do que, por exemplo, em portadores de fobias. Pronto! Agora você entendeu a forte associação que existe entre o tabagismo e as doenças psiquiátricas. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!

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