De acordo com estudo recente da revista científica The Lancet, uma em cada cinco pessoas que vivem em áreas afetadas por conflitos sofrem com algum transtorno de saúde mental. Um dos mais comuns é a esquizofrenia, que acomete cerca de 26 milhões de pessoas no mundo.
Neste artigo, falaremos tudo sobre a doença, explicando suas causas e sintomas, além de responder à pergunta título deste post.
O que é esquizofrenia?
Trata-se de um transtorno mental grave que traz grandes prejuízos à qualidade de vida de uma pessoa, afetando os seus sentimentos, comportamentos e pensamentos. Um paciente esquizofrênico perde a noção da realidade e não compreende os limites entre o mundo real e o imaginário.
Ainda, a esquizofrenia atinge tanto homens quanto mulheres no começo da fase adulta, mais precisamente até os 20 anos em homens e entre os 20 e 30 anos em mulheres. Por ocorrer nesse momento da vida, tende a ser confundida com crises existenciais e egoísmo, dificultando o seu diagnóstico.
Como é causada?
Ainda não existe uma comprovação para a causa da esquizofrenia. Porém, sabe-se que a presença dos fatores de risco pode contribuir para o seu desenvolvimento. Entre esses aspectos, podemos citar:
- genética e ambiente: existem pesquisas que apontam grande influência hereditária ou do ambiente em que o paciente está inserido, como, por exemplo, exposição à vírus, desnutrição durante a gestação, problemas no parto ou fatores psicossociais;
- alterações cerebrais durante a puberdade, pois é um período em que ocorrem grandes mudanças no desenvolvimento físico e mental;
- desequilíbrio nas reações químicas cerebrais: problemas com os neurotransmissores, como a dopamina e o glutamato, podem influenciar no desenvolvimento do transtorno.
Quais são os sintomas?
Os sintomas apresentados por um paciente esquizofrênico são classificados em positivos, negativos e cognitivos. No primeiro caso estão os comportamentos psicóticos, que indicam uma desconexão com a realidade, tais como, alucinações e delírios.
Ainda, os sintomas negativos estão associados às interrupções nas emoções e nos comportamentos normais, como, por exemplo, diminuição do afeto, redução dos sentimentos de prazer em atividades cotidianas, dificuldade em iniciar e manter comportamentos, diminuição da fala.
Já os sintomas cognitivos nem sempre são percebidos, pois, ocorrem em menor intensidade, afetando a capacidade intelectual do indivíduo e provocando dificuldade de concentração ou em manter-se focado.
Existe cura?
Não existe cura para a esquizofrenia. Contudo, com a evolução da medicina, surgiram tratamentos que podem oferecer quase que total controle dos sintomas. Neste sentido, a participação da família é fundamental para que o paciente siga as orientações médicas e faça o uso correto dos medicamentos.
Ainda, o tratamento precisa ser realizado durante toda a vida do paciente, sem interrupções, mas com variações no uso dos medicamentos. Geralmente, são prescritos antipsicóticos para reduzir as alucinações e delírios, e psicoterapia.
Enfim, mesmo sem a possibilidade de cura, é possível oferecer uma boa qualidade de vida ao paciente, fazendo com que haja resíduos mínimos da doença e dos sintomas. Por isso, é de extrema importância que o diagnóstico seja feito rapidamente.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!