Um tema bastante complexo e muito importante ser discutido com informação qualificada é a disforia de gênero na infância.
Essa condição se manifesta quando a pessoa sente desconforto ou dificuldades em lidar com as marcas sexuais de nascimento e, devido a isso, desenvolve com frequência quadros de ansiedade, depressão e irritabilidade.
Disforia de gênero: conceitos relacionados
É preciso entender as diferenças entre sexo e gênero. O primeiro termo se refere a condição biológica da criança, que está relacionada aos órgão genitais, por exemplo. Sendo assim, as classificações são masculino, feminino ou intersexo.
Por outro lado, gênero, é como a pessoa se sente em relação ao seu corpo. Portanto, se a pessoa nasce com genitália masculina e se sente como um homem, podemos dizer que esta pessoa se identifica de acordo com o gênero que foi atribuído em seu nascimento.
Porém, em alguns casos, a pessoa que nasceu com genitália masculina não se identifica com o gênero atribuído quando veio ao mundo, podendo ser uma pessoa transgênero ou ainda expressar outras identidades de gênero.
Por fim, vale registrar que a identidade sexual e orientação sexual estão ligadas ao desejo sexual e afetivo da pessoa, nem sempre associada à questão de gênero.
Reconhecer a disforia de gênero na infância
Como dito acima, por causa das incompreensões culturais e sociais, a criança com disforia de gênero pode passar por muitos problemas. Por esse motivo, é fundamental buscar ajuda profissional para compreender a situação e se despir dos preconceitos. Elencamos alguns sinais que podem indicar a necessidade de acompanhamento.
Interesse por coisas socialmente ligadas ao gênero oposto
É muito comum as crianças nesta condição sentirem interesse por atividades, objetos e vestimentas do gênero socialmente oposto. Em outras palavras, crianças lidas como meninos podem ter interesse por bonecas ou crianças lidas por meninas podem ter interesse por carrinhos.
Além disso, também é comum a criança copiar hábitos e trejeitos do outro gênero.
Desinteresse por coisas socialmente ligadas ao gênero que lhe foi atribuído
A situação aqui é exatamente oposta a primeira, por exemplo, é comum crianças com disforia de gênero se recusar a utilizar algum tipo de roupa que se atribui ao seu gênero de nascimento.
Sendo assim, uma criança nascida como menina pode se recusar ou se sentir desconfortável quando veste um vestido ou passa maquiagem.
Desenvolvimento de patologias psicológicas
Por causa da incompreensão, que em muitos casos gera situações de preconceito, acarretando ainda em bullying, a criança pode apresentar quadros de tristeza profunda, depressão, ansiedade e irritabilidade.
Recusando assim a frequentar escola ou a brincar com outras crianças da mesma idade. É preciso deixar claro que a disforia não causa essas doenças. Mas o meio cultural e social pode levar a criança a não se sentir bem.
Ajuda profissional
Encontrar um psiquiatra qualificado é o primeiro passo para investigar o que se passa com a criança. Esse profissional o responsável por orientar os responsáveis.
De qualquer forma, é preciso oferecer a criança com disforia de gênero todo apoio, amor e proteção.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter. Ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto.
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