De acordo com levantamento realizado pela
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais da metade da população brasileira entre 12 e 65 anos já consumiu bebida alcoólica alguma vez na vida. Deste total, cerca de 2 milhões dos entrevistados apresentaram critérios para dependência química. Com essas estatísticas fica mais fácil perceber como essa doença é um problema de saúde pública no Brasil. Neste post, iremos falar um pouco mais sobre ela, suas causas e possibilidades de tratamento.
Como se caracteriza a dependência química?
Segundo a CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), a patologia é definida como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso contínuo de determinada substância. Ainda, a dependência química é uma doença crônica, progressiva e tratável e diz respeito ao uso de uma categoria de substâncias psicoativas, a uma substância específica ou a um conjunto vasto de substâncias farmacologicamente diferentes.
Quais os fatores envolvidos na causa dessa dependência?
A dependência química é uma doença multifatorial, ou seja, existem diversos fatores distintos que contribuem para o seu desenvolvimento, como, por exemplo, genética, aspectos psicossociais ou ambientais. Ainda, são muitos os mecanismos que explicam o surgimento do vício químico. Uma das teses mais aceitas diz que o prazer imediato produzido pelas drogas faz com que o cérebro entenda que o uso da substância é o caminho mais rápido para alcançar o bem-estar. Com isso, faz com que o indivíduo dê menos importância a outras áreas da vida, que também são prazerosas, mas exigem que um trajeto mais longo seja percorrido. Por isso, os dependentes químicos tendem a não se dedicar ao trabalho, aos estudos e as relações sociais. Ademais, no caso do álcool, estudos apontam que, na maioria das vezes, o fator genético é preponderante no desenvolvimento do alcoolismo.
Quais as alternativas de tratamento?
O tratamento da dependência química abrange todas as esferas que são alteradas pelo vício, tais como, comportamentais, cognitivas, afetivas e sociais. Os psicólogos e psiquiatras desenvolvem um importante papel no tratamento desses pacientes. Ainda, uma das principais alternativas de tratamento é a psicoterapia, mais precisamente a terapia cognitivo comportamental (TCC). No entanto, a avaliação do quadro pode envolver o trabalho de uma equipe multidisciplinar. Porém, além do tratamento, é de extrema importância que o paciente tenha acompanhamento a médio-longo prazo. Somente assim é possível garantir a melhora da sua saúde de forma integral.
Existe cura para essa doença?
Não é possível afirmar que existe uma cura para a dependência química. Entretanto, assim como outras doenças crônicas, é passível de tratamento. Ele possibilita que o dependente retorne ao convívio familiar e seja novamente inserido na sociedade. Ainda, os familiares exercem papel fundamental no processo de reabilitação do paciente. Desde que não sejam coniventes com as práticas dele. Ademais, as pessoas próximas ao dependente também precisam ser tratadas e orientadas, para que não adoeçam. Enfim, a dependência química é um problema grave e com alto poder de destruição. Por isso, é necessário estar atento e buscar fontes de prazer que não tragam prejuízos a sua saúde e a de seus familiares. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como
psiquiatra em Lucas do Rio Verde!