Em algum momento, você já se questionou como foi parar em determinado lugar? Se respondeu sim, você viveu um episódio de dissociação. No entanto, vivenciar essa situação não caracteriza o transtorno dissociativo.
Nunca ouviu falar nele? Quer saber mais sobre o tema? Então, recomendamos a leitura deste artigo. A seguir, explicaremos tudo o que você precisa saber a respeito do tema.
Entenda o transtorno dissociativo
Sofrer algum episódio de amnésia em certos momentos é algo comum e que pode acontecer com qualquer pessoa. No transtorno dissociativo, esses episódios acontecem com frequência, caracterizando o problema.
Ainda, esse transtorno não afeta apenas a memória, mas também questões identitárias, emocionais, motoras e comportamentais. Assim, o indivíduo pode vivenciar diferentes tipos de sinais e sintomas de origem psicológica.
Geralmente, os sintomas dessa condição se manifestam a partir de situações estressantes que podem ser motivadas por eventos traumáticos ou conflito interno.
Como é causado?
O termo “transtorno dissociativo” é usado para descrever transtornos mentais cujo principal mecanismo é a dissociação. Nesse sentido, existem diferentes tipos. Os mais comumente diagnosticados são:
- amnésia dissociativa: quando uma pessoa não consegue se lembrar de informações a respeito de si, de forma que perca completamente essas memórias. Na maioria dos casos, o paciente não tem consciência do esquecimento;
- transtorno dissociativo de identidade: se caracteriza pela fragmentação da personalidade, quando a pessoa apresenta diversos estados de personalidade, mas não consegue se lembrar do que cada uma fez quando se manifestou;
- despersonalização / desrealização: ocorre quando alguém lida com uma sensação de desconexão consigo mesmo e com as pessoas. Nesses casos, o indivíduo tem consciência de que está em um estado alterado e tende a apresentar um comportamento não responsivo.
Os transtornos dissociativos tendem a ter origem em eventos traumáticos, como abusos e maus-tratos durante a infância, acidentes, desastres e morte de entes queridos. Além disso, há uma associação comum com transtornos de estresse pós-traumático.
Uma outra possível causa para essa doença é a adoção de múltiplas personalidades como mecanismo de defesa. Para conseguir lidar com seus conflitos internos, a pessoa busca interpretar diferentes papéis diante das circunstâncias.
Como é o tratamento?
O tratamento dessa doença varia de acordo com o quadro do paciente. Normalmente, a psicoterapia é o principal recurso utilizado para aliviar os sintomas e ajudar o indivíduo a elaborar os traumas e controlar os estados dissociativos.
A Terapia Cognitivo Comportamental é a abordagem mais aplicada nesses casos. Se houver ideação suicida frequente ou outro sintoma grave, a Terapia Dialética Comportamental pode ser aplicada. Contudo, não há uma cura definitiva para o transtorno.
No que se refere ao tratamento medicamentoso, não existem remédios específicos para esse quadro. No entanto, é comum que os psiquiatras prescrevam antidepressivos ou ansiolíticos para auxiliar o paciente a lidar com possíveis comorbidades.
Enfim, a dissociação é algo comum e até saudável para a manutenção do bem-estar. Porém, para quem sofre com o transtorno dissociativo, essa é uma condição prejudicial e que impacta consideravelmente em sua qualidade de vida.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!