A síndrome de Tourette é uma condição que costuma ser alvo constante de piadinhas e cercada por estereótipos. No entanto, trata-se de um transtorno que impacta consideravelmente na qualidade de vida do indivíduo.
Você já ouviu falar nela? Sabe como é causada ou quais são os tratamentos mais eficazes? Então, recomendamos a leitura deste artigo. Nele, explicaremos tudo o que você precisa saber a respeito do quadro.
Entenda a síndrome de Tourette
Trata-se de um transtorno que se caracteriza pelo chamados tiques, atos impulsivos repetitivos que ocorrem de forma involuntária. Essas ações podem ser vocais ou movimentos motores que o paciente não consegue evitar.
Ainda, quando se desenvolve na infância, as crianças tendem a apresentar sintomas mais brandos, como um simples piscar de olhos ou um movimento repentino com as mãos. Com o passar dos anos e a ausência de tratamento, eles evoluem e culminam em gritos ou até ofensas.
Quem sofre com a síndrome de Tourette relata que é impossível resistir à vontade de falar ou expressar esses tiques. Ao tentar se manter em silêncio ou imóvel, o estresse aumenta e piora os sintomas, manifestando tiques mais intensos.
Geralmente, essa síndrome surge ainda na infância, entre os quatro a seis anos, e alcança o seu pico de intensidade por volta dos 10 a 12 anos, tornando-se menos grave na adolescência. Contudo, em casos raros, os sintomas permanecem na idade adulta.
Quais as causas?
Ainda não se sabe exatamente o que causa essa condição. No entanto, acredita-se que haja um forte componente genético ou neuroquímico. Outra possível origem está relacionada a algumas condições psiquiátricas, como o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtornos de ansiedade.
Além disso, pessoas diagnosticadas com outras doenças, como a encefalite e a doença de Huntington, também podem desenvolver os tiques. Porém, nesses casos não são considerados como característicos da síndrome de Tourette.
Quais os sintomas mais comuns?
Os sintomas da síndrome de Tourette são os tiques motores ou vocais, que podem ser definidos como uma necessidade muito grande e involuntária de fazer um determinado movimento. Eles podem ser motores, vocais ou complexos.
Os tiques motores mais comuns são: piscar os olhos, bocejar, franzir a testa, contrair os músculos da face, fazer caretas, sacudir ou dobrar o pescoço, inclinar, balançar ou realizar movimentos com a cabeça, tocar ou coçar o nariz.
Já os tique vocais costumam ser: fungar, tossir, soluçar, gemer, uivar, gritar, xingar, repetir palavras ou frases e cuspir. Os tiques complexos mais frequentes são: chutar, tocar ou bater em objetos, andar em um padrão específico, saltar ou pular.
É possível tratar essa síndrome?
A síndrome de Tourette pode ser tratada com terapia e medicamentos, podendo ou não serem combinados. Quando o quadro clínico não é grave, um número limitado de consultas com o psicólogo é suficiente para controlar o tique.
Se o caso for grave, o profissional irá utilizar a Terapia Cognitivo Comportamental combinada com medicamentos psiquiátricos. Essa abordagem ajuda a modificar os comportamentos nocivos.
Enfim, a síndrome de Tourette é uma condição que pode afetar consideravelmente a vida do paciente, mas é passível de tratamento. Quando não tratada, pode levá-lo ao isolamento social ou até à depressão.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!
