O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é uma condição psiquiátrica que não poupa faixa etária, podendo afetar tanto crianças quanto adolescentes. Trata-se de uma resposta acentuada e persistente a experiências traumáticas, como abuso físico ou sexual, violência doméstica, desastres naturais ou acidentes significativos. A detecção precoce dos sinais de alerta e a aplicação de abordagens terapêuticas adequadas são essenciais para mitigar os efeitos do TEPT no desenvolvimento de jovens.
Sinais de Alerta
Em crianças e adolescentes, o TEPT pode se manifestar de maneira diferente em relação aos adultos. Os sinais de alerta mais comuns incluem:
– Revivência do Trauma: Sensações de reviver o trauma através de flashbacks, pesadelos frequentes ou brincadeiras que repetem o evento traumático.
– Evitação: Esforços contínuos para evitar locais, pessoas ou atividades que lembrem o trauma.
– Alterações Cognitivas e de Humor: Dificuldades de concentração, sentimentos de culpa ou vergonha, perda de interesse em atividades consideradas prazerosas anteriormente e uma visão negativa sobre si próprio ou o mundo ao seu redor.
– Hiperexcitabilidade: Irritabilidade, explosões de raiva, dificuldade para dormir, hipervigilância e reação de susto exagerada.
Além disso, crianças mais novas podem apresentar sinais como enurese (urinar na cama), retrocesso em habilidades previamente adquiridas, comportamento excessivamente apegado aos cuidadores e queixas físicas sem causa médica identificável.
Abordagens Terapêuticas
O manejo do TEPT em crianças e adolescentes deve ser personalizado e pode incluir uma combinação de intervenções psicoterápicas e, ocasionalmente, farmacológicas.
– Terapia Cognitivo-Comportamental Focada no Trauma (TCC-FT): Reconhecida como a abordagem mais eficaz no tratamento do TEPT em jovens, a TCC-FT ajuda a reformular pensamentos desadaptativos relacionados ao trauma e a promover uma exposição gradual às memórias traumáticas, a fim de reduzir a ansiedade.
– Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares (EMDR): Esta técnica utiliza estimulação bilateral (como movimentos oculares) enquanto o paciente evoca o evento traumático, facilitando o processamento adaptativo das lembranças.
– Intervenções Psicossociais: Programas que englobam o ambiente familiar e escolar podem ser valiosos, proporcionando suporte e compreensão à criança ou adolescente.
– Tratamento Farmacológico: Em certas circunstâncias, a utilização de medicamentos, como antidepressivos, pode ser indicada para a mitigação de sintomas mais intensos, sempre sob uma supervisão médica cuidadosa.
É de suma importância que pais, educadores e profissionais de saúde estejam atentos e capacitados para reconhecer os sinais de TEPT em crianças e adolescentes, buscando avaliação especializada diante de sintomas persistentes. A intervenção precoce é vital para um prognóstico positivo, permitindo que os jovens retomem um curso saudável de desenvolvimento e alcancem melhor qualidade de vida.
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Referências Consultadas
– Transtornos ansiosos na infância e adolescência: aspectos clínicos e neurobiológicos. SciELO. Disponível em: ([scielo.br](https://www.scielo.br/j/jped/a/pqwnF9Bd83TVpKVYWNDwY4C?utm_source=openai))
– Intervenções psicológicas para transtorno de estresse pós-traumático em crianças. Portal Afya. Disponível em: ([portal.afya.com.br](https://portal.afya.com.br/pediatria/intervencoes-psicologicas-para-transtorno-de-estresse-pos-traumatico-em-criancas?utm_source=openai))
– Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): sintomas e tratamentos. Diga! Psicologia. Disponível em: ([digapsicologia.com.br](https://digapsicologia.com.br/outros-transtornos/tept/?utm_source=openai))
– Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) Em Adolescentes. PsyMeetSocial. Disponível em: ([psymeetsocial.com](https://www.psymeetsocial.com/blog/artigos/tept-em-adolescentes?utm_source=openai))