A desatenção extrema é um problema que prevalece na infância, mas também pode atingir adolescentes e adultos. Normalmente, ela é uma característica do TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Essa condição é preocupante por afetar diretamente a absorção de conhecimento, o envolvimento social e a qualidade de vida do indivíduo.
Como boa parte dos afetados são crianças, é trabalho dos pais identificar os sinais e, se necessário, procurar ajuda. Por essa fase da vida já ser muito associada à hiperatividade e a muita curiosidade, é comum que as crianças sejam dispersas, o que dificulta, muitas vezes, a percepção dos pais e sua diferenciação entre o que é normal e o que é considerado um sinal de alerta.
Como identificar o TDAH
O transtorno pode ser dividido em duas categorias principais: a hiperatividade e o déficit de atenção.
O déficit de atenção apresenta, entre outros, os seguintes sintomas:
- Dificuldade em manter a concentração por muito tempo (isso pode variar desde assuntos nos quais a criança não se interessa até aos assuntos de que ela gosta, como assistir televisão e mudar de canal frequentemente, por exemplo);
- Erros constantes, causados pela falta de atenção;
- Fuga de situações e atividades que exijam muito esforço mental;
- Distração muito fácil;
- Dificuldade com organização.
Já no quadro da hiperatividade, temos:
- Incapacidade de ficar parado por muito tempo (mover os pés ou mãos mesmo quando sentado, por exemplo);
- Tendência a fazer muitas coisas ao mesmo tempo;
- Pouca tolerância, muitas vezes com temperamento mais explosivo;
- Tendência ao vício (no celular, no videogame, na televisão…).
Se muitos desses sintomas se apresentarem ao mesmo tempo, o quadro provável é de presença de TDAH. Mas é importante salientar que se os sintomas de apenas uma categoria surgirem, isso não quer dizer que a condição é menos grave ou que não é necessário procurar ajuda!
Muitas vezes, os pais não acham que se trata de TDAH pelo fato da criança não apresentar uma das duas características e, por isso, deixa de buscar um diagnóstico real.
Tratamento para o déficit de atenção
Apesar de aproximadamente 40% dos indivíduos com déficit de atenção terem a tendência de melhorar com o passar do tempo, 60% deles continuam a apresentar o problema na fase adulta. Esse é um fator que acaba por ocasionar problemas de ajuste a situações diversas, como relacionamentos e emprego.
Existem algumas frentes de tratamento que podem ser usadas, de acordo com a avaliação médica. A psicoterapia costuma ser fundamental, e o tratamento medicamentoso geralmente é indicado em conjunto. Outras formas de tratamento podem incluir ginástica cerebral, coaching e biofeedback, entre outras.
Em casa, a família deve ter paciência e cuidado em sua relação com o paciente, especialmente por conta do déficit de atenção. O psiquiatra responsável saberá orientar os familiares para que eles possam apoiar o tratamento corretamente.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!