Uma cervejinha para relaxar com os amigos, no “happy hour”. Uma taça de vinho no jantar. Uma dose de uísque no bar… O consumo de álcool já faz parte da nossa rotina. Apesar disso não se engane, o que para muitos é apenas um momento de distração pode se tornar também um problema grave e mais comum do que parece: o alcoolismo.
Ainda que o consumidor conheça os riscos do consumo em excesso – como beber e dirigir, por exemplo – muitos não sabem que o alcoolismo se trata de uma doença psiquiátrica reconhecida pela Organização Mundial da Saúde. E pior ainda, há aqueles que não reconhecem (ou mesmo não sabem) os sinais do alcoolismo e, por isso, acabam não procurando ajuda.
Quais são os sintomas do alcoolismo?
Em primeiro lugar, devemos saber que o alcoolismo é uma doença e que ele se manifesta por dependência de álcool. E o que significa essa dependência? Quando eu começo a precisar tomar uma cervejinha pra relaxar, para conseguir interagir e ser mais sociável, para me sentir mais feliz, para esquecer os problemas significa que eu já não estou mais fazendo uso do álcool “recreativamente”, ou seja, eu PRECISO do álcool para conseguir sentir algum prazer. Essa necessidade tente a cada vez ficar mais forte e, de repente, eu já não consigo mais sentir prazer em uma festa, por exemplo, sem que tenha algum tipo de bebida. Isso é o alcoolismo: eu DEPENDO do álcool para viver bem. Eu PRECISO do álcool para me sentir feliz.
Há diversos sinais que podem ser observados quando alguém apresenta alguma dependência. E, nesses casos, a observação dos amigos e da família é fundamental, já que nem todos admitem o momento de precisar de ajuda. Os principais são:
Consumo frequente e crescente
Querer beber todos os dias, mesmo sem motivo e em uma quantidade cada vez maior para satisfazer sua necessidade.
Síndrome de abstinência
Passar um dia sem o consumo de álcool se torna mais difícil do que parece e começa a apresentar características como mudanças de humor, ansiedade, insônia, perda de apetite e de memória e tremores.
Isolamento social
A pessoa se afasta dos amigos e dos familiares para continuar bebendo, às vezes de forma escondida.
Negação
Ela não admite o problema e sempre diz que pode parar quando bem entender, mas isso nunca acontece. E quando tenta passar um longo período sem beber, fracassa.
Dificuldades na faculdade ou no trabalho
As faltas e ausências se tornam comuns e em alguns casos ela pode perder o semestre letivo ou mesmo ser demitida do emprego.
Como tratar o alcoolismo?
O apoio de pessoas próximas a alguém com dificuldades em parar de beber é fundamental. Mudar a rotina, ir a lugares onde não haja bebida alcoólica, incentivar a prática de exercícios físicos, dar apoio moral para evitar uma possível recaída ajudam. Mas nem sempre isso é o bastante e é aí que chega a hora de procurar ajuda médica. O psiquiatra é o profissional mais indicado a iniciar um tratamento eficaz.
O especialista vai buscar entender os motivos que levam o paciente a querer ingerir tanto álcool e começar um trabalho com foco emocional. A partir daí, começam os trabalhos de desintoxicação que envolvem exames físicos, mudanças de hábitos e de alimentação, prescrição de vitaminas e remédios, muitas vezes necessários para diminuir a vontade do paciente em procurar novamente o álcool.
O tratamento do alcoolismo leva tempo pois até que o corpo e a mente do indivíduo se adapte ao não uso do álcool demora. O tratamento também exige paciência; não só do paciente, mas também familiar e é muito importante que a família também busque apoio para si.
Sob hipótese alguma, deve-se recomendar algum tipo de remédio que não tenha sido prescrito pelo médico, pois isso pode agravar a situação e gerar outras complicações.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!
