Ter um corpo saudável é certamente uma preocupação importante: alimentar-se bem, em horários regulares e sem grandes excessos.
A idealização do corpo perfeito, porém, pode gerar problemas que vão muito além do simples desejo. Quando a obsessão começa a atrapalhar a saúde e a vida social, deve-se ter um olhar sério e importante sobre o assunto.
A anorexia nervosa é a distorção da imagem do próprio corpo que não consegue se aceitar da maneira que é, imaginando-se sempre mais gordo e o paciente adquire complicações alimentares e sociais difíceis de se tratar.
O medo de engordar faz com que a pessoa pratique regularmente exercícios físicos e faça cardápios restritivos, deixando de ingerir nutrientes importantes para o organismo.
Como identificar uma pessoa com anorexia?
As pessoas anoréxicas possuem como principal característica a insistência em achar que estão acima do peso (quando se olham no espelho, a distorção de imagem é tal que, mesmo com todas as costelas à mostra, o paciente continua se enxergando gordo e com gorduras localizadas). Por isso mesmo, evitam de se alimentar corretamente. Esse principal sintoma traz à tona alguns outros agravantes.
A perda de peso é a primeira. A dieta é um assunto levado a sério pelo portador da doença, irredutível a aceitar consumir somente alimentos de baixa caloria. Na mesa, é preciso observar que alguns indivíduos tendem a usar artifícios para esvaziar o prato, na necessidade de mostrar saciedade e, assim, comer menos.
Com um cardápio pobre de nutrientes, a produção de alguns hormônios fica alterada inclusive dos hormônios responsável pelo controle da fome. Por isso, a pessoa que sofre com a anorexia, passa a sentir menos necessidade de comer.
Por alterar sua produção hormonal, o paciente tende a perder libido e as mulheres menstruam menos.
O que torna a pessoa anorexa?
A busca pelo peso ou corpo ideal é apenas o começo do assunto quando se fala em principais causas da doença embora não haja um fator determinante para que se adquira o distúrbio. Há, contudo, fatores biológicos, psicológicos e até ambientais que podem apontar para seu desenvolvimento. Para cada paciente, é preciso investigar seu dia a dia para que se possa saber como ele adquiriu o transtorno.
Geralmente, a pressão social é um determinante: mulheres jovens que geralmente sonham com a carreira de modelo ou bailarina, estão mais suscetíveis em ter o diagnóstico, seja por força da família ou mesmo por agentes profissionais, como empresários ou técnicos de dança.
A pessoa se cura desse distúrbio?
A cura sempre é possível, embora difícil. Para tratar, é preciso que a pessoa tenha um processo de tratamento multidisciplinar, com o acompanhamento de nutricionistas e psicólogos. O maior desafio neste cenário, é o paciente aceitar que precisa de tratamento, o que pode não ser fácil. Por isso mesmo, alguns tratamentos se iniciam depois que o indivíduo já tem um grau avançado da doença. Mesmo que o tratamento tenha sucesso, o portador do distúrbio tende a ter e a preferir um corpo mais magro.
Como é o tratamento?
Antes do início do tratamento, é necessário primeiro saber qual o estágio do distúrbio, é necessário exame físico e laboratorial.
Pacientes com menos de 70% de peso ideal para sua idade e tamanho serão submetidos a tratamentos prolongados, sendo até mesmo necessária a alimentação inicialmente endovenosa ou por tubo até o estômago.
Para os casos que não são estes de subnutrição, serão desenvolvidos meios de ganhos de peso, que trabalharão também o aumento de atividades sociais e trabalho severo de nutrição junto a um profissional da área. É muito importante a orientação de um psiquiatra no processo, além de tratamento psicológico intensivo. Como foi dito, a anorexia é uma doença mental, uma doença onde ocorre uma distorção do paciente enxergar sua imagem corporal.
Em alguns casos, a internação é necessária como em pessoas que continuam perdendo peso, adquirem problemas cardíacos e ou desenvolvem depressão importante.
Não há tratamento fácil para a anorexia. São relacionadas diversas técnicas tanto nutricionais quanto psiquiátricas para que o paciente tenha sucesso em sua cura. Grupos de apoio podem ajudar, bem como é de extrema importância o envolvimento da família no processo.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!