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O Álcool e o Tratamento Psiquiátrico

Alguns pacientes psiquiátricos que utilizam medicação têm dúvidas se podem continuar ingerindo bebidas alcoólicas. A dúvida diz respeito aos efeitos que o álcool pode causar em conjunto com a composição química do remédio e também nos próprios sintomas das doenças.

Para formular uma resposta, é preciso fazer algumas considerações importantes: a fórmula do medicamento, a quantidade prescrita e os hábitos do paciente são fatores que devem ser observados.

O uso de remédios psiquiátricos e bebidas alcoólicas

A maior parte das bulas dos remédios psiquiátricos aconselha que se evite o consumo de álcool, mas a ingestão da substância não é necessariamente proibida para parte deles. Sua proibição é uma maneira de precaução para o fabricante, na impossibilidade de saber como o remédio será utilizado.

Detalhes como a duração do tratamento com o remédio e sua dosagem, a quantidade de bebidas consumidas pelo paciente e sua frequência são alguns dos pontos a serem analisados pelo médico e que podem influenciar nos efeitos colaterais da medicação.

A sabedoria popular afirma que o uso de álcool “corta” os efeitos de medicamentos, tais como os antibióticos. De fato, isso acontece com algumas medicações, quando ambas as substâncias são metabolizadas pelo fígado, especialmente no caso de pessoas mais velhas que apresentam lentidão nesse processo digestivo.

Já no caso dos medicamentos psiquiátricos, o uso conjunto dessas substâncias potencializa o efeito de ambos, tanto da embriaguez quanto o do remédio. Por isso, é fundamental avaliar a dosagem indicada do remédio e a quantidade de álcool que pode ser ingerida sem malefícios à saúde, evitando que o paciente atinja um estado extremamente alterado devido às substâncias.

Uma pessoa que ingere eventualmente um comprimido de ansiolítico para diminuir o estresse e toma um drink após o trabalho, por exemplo, apresenta reações muito diferentes de alguém que precisa tomar diariamente uma Ritalina e decide sair para uma noitada com muitas doses de uísque e vodka.

O caminho mais indicado é pedir a orientação do seu médico para definir seus limites e possibilidades. Só ele conhecerá de fato as suas necessidades e os aspectos específicos do seu quadro de saúde.

O perigo da combinação de álcool e doenças psiquiátricas

O consumo excessivo de álcool pode indicar problemas psiquiátricos, levando a um gradual aumento do abuso da substância e até a dependência. Doenças como depressão, ansiedade, transtorno bipolar e esquizofrenia são algumas que podem buscar no álcool uma maneira de exteriorizar suas dificuldades.

Cientistas identificam que mais de 15% dos dependentes químicos de álcool possuem uma doença mental que o levaram a seguir esse caminho. Há também a indicação oposta, onde o uso abusivo de álcool e sua gradual dependência pode ser o caminho para o surgimento de doenças psiquiátricas.

Os sintomas dos transtornos psiquiátricos fazem com que o indivíduo busque no álcool uma espécie de alívio, principalmente em casos de depressão e ansiedade. Como a bebida gera uma sensação de euforia imediata no cérebro, é compreensível que a substância seja utilizada como estratégia de fuga. Os efeitos posteriores do consumo excessivo, entretanto, costumam gerar letargia e fadiga de modo que a pessoa se sente pior do que estava anteriormente.

E então, o que achou do artigo? Tem alguma pergunta? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde.

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