A ingestão de bebidas alcoólicas é um hábito antigo e está presente em grande parte da história da humanidade. Contudo, quando este hábito causa dependência e, consequentemente, abstinência, configura-se um quadro de alcoolismo.
A dependência do álcool atinge em média 12% da população mundial, sendo que menos da metade possui tratamento adequado.
O primeiro passo para tratar o problema é procurar ajuda de especialistas. O acompanhamento psiquiátrico é fundamental para que o indivíduo compreenda as raízes da sua dependência e encontre formas de combater o vício.
O estímulo do álcool na sociedade
Durante muitos anos, o consumo do álcool foi enaltecido pela sociedade, pois não se conheciam os riscos causados pela dependência alcoólica. Hoje, o alcoolismo é reconhecido como doença e pode causar diversas consequências na vida das pessoas – físicas, mentais, pessoais e familiares.
O limite entre beber socialmente e ser diagnosticado com alcoolismo ocorre quando o consumo de bebidas alcoólicas começa a causar graves consequências como o distanciamento de amigos e familiares, faltas ou afastamento do trabalho, síndrome de abstinência e até mesmo delírios psíquicos.
O alcoolismo sujeita o indivíduo a situações constrangedoras e faz com que ele perca a noção dos limites da convivência social. A rejeição social e o afastamento do indivíduo dos círculos de relacionamento podem levar a quadros de depressão que, por consequência, estimulam o aumento do consumo de bebidas.
O alcoolismo no dia a dia
Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde, o consumo de álcool puro no mundo equivale a 6,3 litros de álcool por pessoa acima de 15 anos e a média brasileira é de 8,7 litros.
Os homens bebem o dobro das mulheres, o que também se relaciona com inúmeras doenças que surgem relacionadas ao álcool como o AVC e infarto. Além disso, o álcool é o responsável direto ou indireto por 60% dos acidentes de trânsito e 70% das mortes violentas.
O índice de prevalência da doença mostra que ela está presente em todas as camadas da sociedade. Por isso, é preciso ficar atento a diversos sinais para diagnosticar o problema o quanto antes e buscar ajuda especializada.
Efeito do álcool no corpo
O efeito do álcool no corpo é gradativo. Quanto mais a pessoa bebe, mais cresce sua tolerância ao álcool, o que faz com que ela consuma doses cada vez maiores para ter os mesmos efeitos de “prazer” causado pela bebida.
Ao ingerir álcool, o corpo fica mais sonolento, relaxado e menos ansioso, mas ao passar o efeito, ele reage desejando voltar a esse estado. A abstinência provoca efeitos nocivos como tremedeira, suor excessivo, enjoos, ansiedade, insônia, agitação constantes e levar inclusive à crise convulsiva.
Quando procurar ajuda
Alguns sinais podem indicar que é hora de buscar tratamento. Se você responder um SIM a qualquer uma dessas perguntas, procure ajuda!
- Várias pessoas já questionaram sua forma de beber e o seu comportamento após a ingestão de bebidas?
- Você já foi internado devido ao consumo excessivo de álcool?
- As pessoas não reconhecem seu comportamento após a bebedeira?
- Você já precisou faltar ou se afastar do trabalho devido a bebida?
- Algumas pessoas já se afastaram de você por causa do álcool?
Estar atento a estes pontos pode ajudar inclusive a quem está ao nosso redor. Se você conhece alguém que apresenta um ou mais dos comportamentos listados acima é interessante conversar com a pessoa com empatia e incentivá-la a buscar ajuda especializada.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde.