O autismo é um transtorno caracterizado por impor restrições nas habilidades sociais, comportamentos repetitivos, dificuldades no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, interação e comportamento social, alterações sensoriais, assim como outras particularidades. Não existe um tipo único dessa síndrome, mas diversos e que são causados por diferentes combinações genéticas.
Uma em cada 160 crianças em todo o mundo apresenta algum tipo desse transtorno, conforme informações da Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, sediado nos Estados Unidos, a prevalência dessa doença é de um a cada 88 nascidos vivos. Observação é a palavra-chave do diagnóstico
O diagnóstico do autismo
O diagnóstico desse transtorno é essencialmente clínico, realizado por meio de observação direta do comportamento do paciente e de uma entrevista com os pais ou cuidadores. Os sintomas característicos dos transtornos do espectro do autismo (TEA) já costumam estar presentes antes dos três anos de idade, com um diagnóstico possível por volta dos 18 meses. Normalmente os pais começam a se preocupar entre os 12 e os 18 meses, na medida em que a linguagem não se desenvolve. O atraso na fala é uma questão amplamente apontada como uma das características do transtorno. Quanto mais nova for a criança ao ser diagnosticada, melhor será o tratamento para desenvolver sua capacidade comunicativa.
Durante a avaliação, o profissional deve se colocar, inicialmente, como mero observador, verificando as predisposições sociais da criança, suas preferências, sua forma de lidar com as pessoas e com os objetos. Nesse momento, é importante estar atento às iniciativas espontâneas da criança, observar sua competência para iniciar o contato social, sua forma de olhar para o terapeuta, de pedir os objetos que deseja, suas tentativas de compartilhar coisas e experiências. Além disso, podem ser observados movimentos repetitivos que promovem experiência sensorial na criança, como balançar os braços, girar, pular e andar na ponta dos pés.
Geralmente, quando é deixada à vontade, a criança com esse transtorno não buscará a interação social, preferindo observar e investigar os objetos da sala ou se distrair brincando com alguma textura, barulho, luz ou sombra do ambiente.
Passado esse período de observação passiva, é importante que o profissional verifique como a criança reage a uma forma mais diretiva de relação. Quando solicitada, ela é capaz de concentrar-se em alguma tarefa? Engaja-se em alguma brincadeira? Sorri sem ser tocada, apenas respondendo a seu sorriso, mesmo que exagerado, ou precisa de cócegas para achar graça? Ela presta atenção à voz humana? O que faz quando a chamamos pelo nome?
A avaliação da criança com autismo deve incluir um histórico detalhado, avaliações de desenvolvimento, psicológicas e de comunicação abrangentes, além da avaliação de habilidades adaptativas, ligadas às atividades de vida diária.
O tratamento é multidisciplinar, normalmente conduzido por psicólogo, psiquiatra ou neurologista, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. A terapia cognitivo-comportamental ajuda os autistas a treinarem as habilidades sociais, comportamentais e interpessoais. A família também precisa de acompanhamento psicológico para aprender a lidar com o diagnóstico.
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