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Bebês e burnout: quando o esgotamento dos pais vira problema para os filhos

Você já ouviu falar em burnout parental? Muitos pais não sabem, mas trata-se de um problema real e mais comum do que se imagina. 

Estudos revelam que cerca de 12% dos pais sofrem com esse problema. Mais prevalente nas mães, a condição também pode afetar pais sobrecarregados e esgotados pela rotina de cuidados com os filhos. 

As tarefas domésticas, as atividades laborais, sociais, as cobranças em relação à maternidade e paternidade contribuem para que o cansaço se intensifique. A sensação é de que o tão sonhado e necessário descanso jamais chegará, principalmente quando os filhos ainda são bebês.

Quanto mais novas as crianças, mais dependentes elas são, ou seja, demandam mais atenção de seus pais, o que os leva a uma extrema exaustão. Ainda que eles consigam dormir uma noite inteira, no dia seguinte continuarão fatigados. 

É preciso conversar mais sobre esse tema tão pouco conhecido e debatido, até porque o burnout parental pode afetar fortemente os bebês. Continue lendo este artigo e descubra quais são as consequências prejudiciais da condição e quando o esgotamento dos pais acaba refletindo negativamente nos filhos.

Quando o burnout dos pais vira um problema para os filhos

Em alguns casos, o esgotamento dos pais acaba gerando a negligência nos cuidados com os filhos, situação que pode colocar as crianças em situação de risco. Isso ocorre porque pais e mães não suportam a carga que incide sobre eles. 

Há situações extremas — felizmente, menos frequentes —  em que o cansaço intenso e persistente torna os pais irritadiços e violentos, chegando a praticar agressões verbais e físicas contra seus filhos. O descontrole, nesses casos, é consequência do esgotamento.

Como reconhecer a condição em pais e mães

O burnout parental dá sinais e passa por fases. Primeiramente, os pais podem sentir a necessidade de provarem que são capazes e, por isso, se dedicam aos filhos de maneira intensificada, com a necessidade de fazer tudo sozinhos e a qualquer momento. 

No início, descuidam das próprias necessidades pessoais, como comer, dormir ou passear com os amigos e, mesmo sentindo que as coisas não vão bem, eles adiam o enfrentamento e resolução do problema. 

Depois, pode haver a sensação de vazio interior, de desgaste físico e, até mesmo, depressão. No burnout parental existe descontentamento, desesperança, indiferença e exaustão. Nesse estágio, os filhos sentem mais fortemente as consequências do estado de seus pais.

O que fazer para tratar o burnout parental

Primeiro, é preciso humanizar a questão. Muitos romantizam a maternidade e paternidade, mas, de fato, cuidar de um bebê  é uma grande responsabilidade, que vem acompanhada de um enorme desafio. Isso mexe fortemente com o emocional de um indivíduo e com a própria estrutura familiar. 

É necessário olhar com empatia para pais que se sentem cansados aos cuidar dos filhos. É natural que se sintam assim! Não é falta de amor, não é fraqueza. É uma condição que requer compreensão, acolhimento e tratamento quando essa exaustão é demasiada.

Para enfrentar a situação, é recomendável buscar auxílio médico especializado. Procure o psiquiatra ao sentir que o esgotamento físico e mental está atrapalhando a realização das tarefas cotidianas, a vida social, a afetividade e as relações familiares, especialmente com os filhos.

Ainda, é importante contar com uma rede de apoio no cuidado dos bebês, aprender a delegar tarefas, procurar manter uma vida social além da maternidade/paternidade e reservar um tempo para dedicar a si mesmo. Pode ser a prática de um hobby, um novo aprendizado ou, simplesmente, alguns minutos dedicados à realização de atividades físicas.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!

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