Muita gente acredita que o cigarro eletrônico, conhecido também como e-cigarette ou caneta a vapor, é uma alternativa saudável ao tabaco e, por isso, não causa prejuízos à saúde.
Mas será que isso é verdade? O cigarro eletrônico é muito utilizado como uma ferramenta de apoio para quem quer parar de fumar. Ele age da mesma maneira que os chicletes e os adesivos de nicotina, uma vez que entrega a substância aos poucos para o fumante.
Neste post, entendermos um pouco mais sobre o assunto. Confira!
Como o e-cigarette funciona?
Trata-se de uma espécie de vaporizador. Em seu cartucho ele armazena nicotina líquida, água, aromatizantes e solventes, como glicerina e propilenoglicol. À medida que tais substâncias são queimadas, o reservatório deve ser reabastecido. O cigarro funciona por meio de uma bateria recarregável. Quando ligado, ele dá início ao processo de combustão, liberando o vapor, que são aspirados pelo usuário.
Entretanto, esse processo de queima é tão alto que pode induzir reações químicas e mudanças físicas em suas substâncias, formando outros compostos que podem ser potencialmente tóxicos, como formaldeído, acetaldeído, acroleína e acetona.
Quais os males esse cigarro pode provocar?
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, ainda não existem pesquisas conclusivas sobre os malefícios do e-cigarette. Entretanto, estudos realizados em outros países apontam que o dispositivo causa danos a diversos órgãos, como coração, pulmão, bexiga e estômago, independente do tempo de utilização.
O cigarro eletrônico pode causar dependência?
Como ainda não há uma regulação que determine os padrões de composição de um dispositivo eletrônico para fumar, não se conhece, portanto, todas as substâncias que são utilizadas. Por isso, dentre as preocupações está a quantidade de nicotina que, apesar de não provocar o câncer, é a substância que leva ao vício.
O cérebro possui um ponto chamado de área de recompensa, responsável pelas sensações de relaxamento e prazer. É nela que a nicotina atua, estimulando a liberação do neurotransmissor de dopamina, que proporciona a sensação de bem-estar e relaxamento.
A dependência química é causada devido à necessidade de reforço aumentado e constante, uma vez que, sem a nicotina, o cérebro do dependente recebe menos dopamina.
Qual o tratamento para parar de fumar?
Como qualquer dependência química, a abstinência do cigarro eletrônico pode causar sintomas, como depressão, ansiedade, fome e dor de cabeça. Por isso, muitas vezes, é preciso mais do que força de vontade, sendo necessário recorrer a medicamentos que fazem a reposição de nicotina e antidepressivos.
Por lidar com vários tipos de transtornos, o auxílio psiquiátrico pode ser fundamental para o indivíduo que pretende largar o vício. Além de dar orientações sobre como parar de fumar, o médico indicará o que se deve fazer nos primeiros dias e como resistir à vontade de acender o cigarro.
O cigarro eletrônico é muito utilizado em todo mundo. Porém, devido à falta de pesquisas e resultados conclusivos sobre seus componentes e malefícios, a comercialização, a importação e a propaganda de qualquer dispositivo eletrônico para fumar foi proibida em todo o Brasil em 2009.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!