Apesar de um recente boom midiático sobre o assunto, infelizmente ainda fala-se muito pouco sobre a depressão. E acaba que isto se torna um ciclo, por não ser muito discutida, se torna um tabu, por ser um tabu não se fala muito sobre o assunto.
Fato é que a depressão é uma doença extremamente séria, capaz de provocar uma variedade de sintomas físicos, psicológicos e sociais. Capaz também de afetar de forma grave a vida do indivíduo e que nada tem a ver com drama, falta de fé, necessidade de chamar atenção ou qualquer outra coisa que ouvimos por aí.
Causas
Identificar uma causa é algo um pouco complicado. Existem pessoas que são geneticamente propensas à depressão, e existem também fatores desencadeantes, gatilhos, que vão minando no indivíduo a alegria e vontade de viver. Eventos traumáticos, como um grave acidente ou a morte de alguém muito querido, podem, por exemplo, tornar pessoas saudáveis em indivíduos cada vez mais deprimidos. O abuso de drogas, lícitas e ilícitas, também pode causar a doença.
Estudos apontam o desequilíbrio químico no cérebro como o fator desencadeante da doença, como, por exemplo, baixos níveis de serotonina e outros neurotransmissores de vital importância para o correto funcionamento do órgão.
Outras pesquisas apontam também que a depressão pode estar ligada a determinados genes, ou seja, devido à genética algumas pessoas podem ser mais propensas que outras.
Sintomas da depressão
Culpa, desespero, sensação de inutilidade, desamparo e choros frequentes estão entre os principais sintomas da doença, assim como a irritabilidade extrema e dificuldades em tomar decisões, sejam elas simples ou complexas.
Perda de interesse em coisas que antes eram importantes, falta de desejo sexual e isolamento social e familiar também estão entre as características de uma pessoa depressiva.
Além destes sinais psicológicos e sociais, indivíduos em depressão costumam apresentar sintomas físicos, como cansaço constante, perda de apetite e insônia.
É importante ressaltar que a depressão é diferente do sofrimento, pois, por mais que uma pessoa que esteja sofrendo possa apresentar os sintomas acima, eles são passageiros e o indivíduo ainda consegue ver o futuro e ter fé de que as coisas vão melhorar, o que não acontece com o deprimido.
Diagnóstico
Infelizmente, não existe nenhum exame que seja capaz de detectar a depressão. Isso, porém, não significa que ela não seja facilmente identificada por profissionais capacitados.
Geralmente, são pedidos exames clínicos para que se possa descartar doenças que apresentem sintomas similares ao da depressão, além de uma avaliação rigorosa por parte do profissional.
Tratamento da depressão
O tratamento depende muito do grau da doença e do tipo de profissional procurado, visto que, por exemplo, tanto psiquiatras quanto psicólogos tratam a doença, com abordagens muito distintas.
Em casos leves, a prática de exercícios e o diálogo honesto com familiares e amigos podem resolver. Em casos moderados, a terapia cognitivo-comportamental associada a antidepressivos inibidores de receptação de serotonina são métodos comuns.
Para casos graves, pode ser necessário um tratamento mais incisivo, através de uma equipe especializada em saúde mental.
Os riscos da manifestação da doença podem ser diminuídos através de uma alimentação saudável, terapia para aprender a lidar com os problemas, técnicas de relaxamento como a ioga e a prática regular de exercícios.
Precisa saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde.