Considerada o mal do século XXI, a depressão não é uma doença nova e seus sintomas não começaram a surgir recentemente. Tão antiga quanto a humanidade, a depressão recebeu inúmeros significados ao longo da história e muitas vezes foi ignorada ou menosprezada, mesmo sendo um transtorno mental e psicológico grave.
Embora seus sintomas possam ser confundidos, a princípio, com outros transtornos, a depressão tem sua marca e pode sofrer uma evolução fatal ou trazer consequências graves tanto para o paciente quanto para as pessoas ao seu redor.
A história da depressão
O primeiro a detectar e sintetizar o significado da depressão foi o “pai da medicina”, Hipócrates, no século IV a.C. Deu o nome de melancolia, que foi mais tarde revisto e desenvolvido por Aristóteles. O filósofo deu ares românticos à doença, direcionando-a para pessoas de exceção, uma ideia reforçada pelos exemplos de pessoas historicamente conhecidas e grandes nomes da arte notoriamente melancólicos como Vicente Van Gogh, Abraham Lincoln, Ernest Hemingway, Marilyn Monroe e Vaslov Nijinsky.
Mas a depressão pode acontecer com todas as pessoas independentemente de seu gênero, cor, nacionalidade e condição financeira. Enquanto a depressão era chamada de melancolia na Grécia antiga e atribuída a pessoas especiais, na Idade Média era conhecida como acedia, um sinônimo para inércia e desordem mental, como forma de tentação que leva ao pecado da preguiça.
No século XIX a depressão ganhou ares glamourosos, já que era muito elegante ter uma expressão fechada e perdida; também era companheira inseparável dos poetas românticos que morriam de tristeza. Mas no final do século XX e início do XXI, a depressão perdeu qualquer tipo de positividade e passou a ser vista como uma doença incapacitante e que não pode ser controlada pelo paciente sem que ele tenha ajuda.
Como detectar a depressão
Muitas pessoas depressivas não apresentam sintomas aparentes, mas deixam rastros de que estão com o problema. A perda de energia e o desânimo em realizar atividades que antes eram prazerosas, podem ser os primeiros indícios de que algo não está bem. Mas para que os sintomas não sejam confundidos com situações adversas, é preciso observar sua continuidade por, pelo menos, duas semanas.
Os principais sintomas são:
1 – Cansaço constante
Quando o desinteresse em atividades prazerosas começa a dominar a rotina, é um alerta de que algo não está bem. Aliado à falta de motivação em fazer coisas simples como caminhar, trabalhar e cozinhar, mostra uma possibilidade maior de que este seja o problema.
2 – Tristeza profunda
A sensação de tristeza também permeia o depressivo, mesmo que não haja um motivo aparente para que ela exista. O olhar perdido e a tez entristecida, alimentam um grande pessimismo e até sentimentos de culpa.
3 – Alterações no sono e no peso
A sonolência diurna ou a insônia podem começar a fazer parte da rotina, gerando mal estar e apatia durante o dia. A depressão também pode estar aliada à perda ou mesmo ao aumento de peso repentino.
4 – Dores
O depressivo pode apresentar dor de cabeça, muitas vezes causada pela falta de sono e a dificuldade em comer. Mas há ainda dores no peito, peso nas pernas, dificuldade de movimentar as mãos, dores nas costas e queimações no estômago.
Todos esses sintomas podem ser sinais de alerta para que você reveja o seu dia-a-dia!
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde.