Apesar de parecerem semelhantes, o medo e a fobia possuem grandes diferenças. Enquanto o primeiro é natural à vida cotidiana e não chega a atrapalhar o paciente nos seus afazeres e obrigações diários, a última se torna quase incontrolável, ao ponto de isolar e causar na pessoa uma sensação de falta de escolha, impossibilitando-a de seguir adiante. É algo que sai do grau natural do receio e passa a adquirir um grau irracional.
Medo e fobia: entenda as diferenças
O medo é uma situação natural do dia a dia e que, na maioria dos casos, não causa maiores transtornos aos indivíduos. Um exemplo: a pessoa tem um certo receio (medo) de viajar de avião, mas ela viaja, porque precisa. Mesmo com a sensação de receio (e as demais sensações físicas que acompanham o momento, como o “suor frio”), ela faz o seu check-in normalmente, despacha as suas bagagens e embarca. Isso é natural e não interfere na sua qualidade de vida e convívio social.
Já na fobia a coisa muda de situação. Tomando como exemplo a pessoa que sofre com medo de avião, mas voa mesmo assim, na fobia esse medo passa a ser irracional, ou seja, a pessoa não tem coragem sequer de chegar perto do aeroporto ou, quando o faz, passa a sentir sintomas tão intensos que se tornam perigosos, como taquicardia, falta de ar, suores descontrolados, dor de barriga, tremores, visão turva, desmaios, vômitos, diarréia, dor de cabeça tensional e irritabilidade, dentre outros.
Fobia: é necessário tratamento à base de remédios?
Na medicina, cada caso é um caso. Alguns pacientes podem precisar de uma terapia à base de exercícios de controle de ansiedade, dentre outros métodos. Já outros pacientes podem precisar de drogas que trabalhem junto à serotonina, um neurotransmissor responsável pelo sentimento de medo excessivo/fobia. Outros ainda, necessitam dos dois tratamentos combinados.
Dentre as técnicas de controle dessa ansiedade excessiva estão, primeiramente, a de controle da respiração. Respirar com calma, sentindo o ar preencher os pulmões, ajuda a oxigenar o cérebro de forma adequada e, assim, trabalhar e acalmar o seu momento de medo intenso.
Conversas com parentes ou amigos que entendam do problema e dos medos também podem ajudar. É importante não guardar para si esses sentimentos: é preciso dialogar, buscar expressar como esses receios profundos incomodam e as tentativas pessoais para controlá-los e até mesmo eliminá-los. Buscar o apoio e o incentivo de pessoas próximas e que representam confiança é fundamental.
Caso se perceba que essas estratégias não têm funcionado, está na hora de procurar a ajuda de um profissional. É importante que não se tenha receio ou vergonha dessa iniciativa: milhares de pessoas acabam sofrendo isoladas com medos e fobias devido a um preconceito arraigado, que afirma um estigma equivocado e negativo que só potencializa o problema.
Reconhecer as fraquezas (inerentes a todo ser humano) é um grande sinal de força. Buscar auxílio profissional, nesse sentido, é um sinal fundamental de valorização de qualidade de vida e amor próprio.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!