Existem alguns sujeitos que evitam pessoas e ambientes estranhos a todo e qualquer custo. Ficam extremamente assustados e ansiosos até mesmo em pensar que podem passar por determinadas situações sociais. Neste caso, pode-se estar diante de um quadro de fobia social, patologia que será entendida com mais detalhes agora.
O que é fobia social?
Dito de maneira bastante geral, trata-se de um condição de extrema ansiedade social, que compromete a qualidade de vida da pessoa afetada. Isso porque o indivíduo passa a se isolar, fazendo com que seus relacionamentos sociais, afetivos e profissionais fiquem comprometidos.
Este comprometimento ocorre por causa do medo de se constranger ou de ser humilhado diante de outros. Aliás, essa é a própria essência do transtorno. Dessa forma, o medo de rejeição e humilhação diante de pessoas (sejam estranhos ou não), de figuras de autoridade, pouco íntimas ou demasiadamente críticas são alguns sintomas do transtorno.
Algo importante e que deve ser notado é que não existe uma fronteira nítida entre a timidez normal, enquanto um traço de personalidade, e o transtorno aqui abordado. Se a pessoa é tímida, mas consegue realizar todas as atividades necessárias do cotiano, como participar de entrevistas de emprego, ter amigos, manter relacionamentos afetivos, mesmo com dificuldades, ele é somente tímida. Mas quando a timidez começa a causar o isolamento, é um sinal de alerta.
Causas
Trata-se de um transtorno extremamente complexo, em termos de sua origem, mas cerca de 30% de seu peso de origem é atribuído a fatores genéticos, e o restante a fatores ambientais, como traumas.
Aqui, é necessário destacar a importância das vivências na infância, pois o primeiro modelo de interação social que a criança tem são os pais. Por isso, seu comportamento é reflexo direto de como estes se relacionam com outras pessoas, encaram situações adversas e acolhem os próprios filhos.
Tratamento
Indivíduos com esse transtorno tendem a apresentar níveis baixos de serotonina, que tem um papel fundamental em situações adversas, pois regula o estresse, e de dopamina, neurotransmissor associado ao prazer. Assim, o uso de antidepressivos é, geralmente, recomendado para diminuir a ansiedade.
No entanto, os medicamentos não são capazes de fazer o indivíduo adquirir habilidades sociais. Assim, o mais importante no tratamento da fobia social reside no treinamento de tais habilidades, que inclui fazer e receber elogios, se posicionar diante de determinadas circunstâncias, e etc.
Outra parte importante, consiste na terapia de suposição, que reside na pessoa se expor aos seus maiores medos para que obtenha vivências bem sucedidas. É necessário frisar que o tratamento deve ser iniciado tão cedo quanto possível, pois indivíduos que buscam ajuda após os 35 anos geralmente acabam por desenvolver também depressão e/ou abuso de substâncias.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde.