Há vários meses, nossa vida, nossa forma de trabalhar, viver e estar juntos mudaram radicalmente em razão do isolamento social.
Quer estejamos na urgência da gestão de crises (políticos, profissionais de saúde, jornalistas, professores, assistentes sociais, pessoal de vendas etc.) ou que tenhamos de redesenhar a forma como trabalhamos, a brutalidade com a qual o coronavírus atinge nosso dia a dia e a incerteza que ele gera não é fácil para ninguém.
Além disso, a segunda onda da pandemia e as novas restrições tomadas para detê-la são nossa realidade diária até novo aviso.
Embora visem proteger a nós e aos outros, essas medidas pioram com números que causam transtornos de ansiedade, do sono e estados depressivos para parte da população.
Então, o isolamento súbito, o distanciamento físico e social, a incerteza cotidiana, o medo do vírus e o fluxo contínuo de informações perturbadoras representam um coquetel de difícil absorção para nossa saúde mental.
Mantendo a saúde mental em meio ao isolamento
Esta situação que vivemos é tão única quanto opressora. Sentir-se estressado, sozinho, triste ou ansioso é normal.
Está se sentindo desanimado? Bravo? Sobrecarregado? Chora enquanto assiste ao noticiário? Ataca seus parentes em quarentena? Fique calmo!
Sim, isso pode acontecer. Temos o direito de reagir irracionalmente ou emocionalmente, às vezes, e não devemos ser culpados ou estigmatizados por isso.
Em meio a este furacão emocional que vivemos, é, portanto, essencial pensar sobre saúde mental. Aqui estão algumas dicas que podem ajudar.
Como cuidar da sua saúde mental durante o isolamento
1. Mantenha-se informado sem ser sobrecarregado
Procure informações confiáveis em fontes oficiais. Assim, você se concentra em fatos e informações de prevenção que podem ajudar a reduzir os medos.
Mas não se deixe abater pelas notícias: verifique as notícias uma ou duas vezes ao dia (o noticiário da TV, por exemplo) e evite fontes contínuas de informação. Limite também as redes sociais ou grupos de WhatsApp cheios de notícias falsas que alimentam a ansiedade.
2. Mantenha a rotina, mexa-se, divirta-se
- Mantenha uma rotina tanto quanto possível, com um ritmo estável. Levante-se e vá para a cama em horários fixos para garantir um sono suficiente, faça 3 refeições saudáveis por dia, separe o trabalho e o tempo com a família.
- Tome um pouco de ar puro, se puder: uma varanda, um jardim, um pátio interno, um passeio pelo bairro (respeitando as distâncias). A natureza é um fator importante no bem-estar mental.
- Mova-se. Afinal, nossas saúde física e mental estão intimamente ligadas e o exercício físico é uma das chaves para o bem-estar mental.
3. Mantenha contato
Mesmo que sejamos obrigados a limitar nossos contatos, é importante ficar conectado com nossos entes queridos. Receba notícias ou divulgue. Você não precisa necessariamente falar só da crise de saúde, você pode falar de tudo, trocar dicas de leitura, falar de crianças…
4. Expresse, fale e confie em suas emoções
Diga se não estiver se sentindo bem! Busque apoio, mostre emoções para não ruminar sobre tudo sozinho.
Além disso, procure não ficar triste. Quando estamos isolados, temos muito tempo para pensar, o que às vezes pode nos levar a uma espiral negativa de autoestima e de vida.
Então, tente ser positivo, lembre-se que as epidemias acabam, como tudo.
Por fim, ouça e confie em si mesmo: em tempos de estresse, preste atenção às próprias necessidades e sentimentos. Saber o que nos faz sentir bem e fazer é essencial!
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!