Nem é preciso dizer que ter uma deficiência inesperada pode representar uma experiência traumática, tanto para a vítima quanto para as pessoas próximas a ela. Todos conhecemos acontecimentos trágicos ocorridos em vários momentos da história, que com certeza deixaram trauma.
A mitologia, os textos religiosos e mesmo os contos antigos contam-nos sobre a existência de rituais ou métodos destinados a apoiar a vítima que viveu um acontecimento traumático e a ajudá-la a ultrapassar esse trauma.
Eventos trágicos muito próximos de nós, como um acidente de carro ou um roubo, também levantam muitas questões. Nesse sentido, três questões são centrais: o que é um trauma? Quais são as consequências? O que fazer ao sofrer um trauma? Confira neste artigo!
O que é um trauma?
A definição de trauma se refere a um evento em que um indivíduo vivencia um choque ou medo extremo, que também pode causar uma sensação de pesadelo ou impotência. Essas experiências têm em comum um sentimento de ameaça à integridade física ou psíquica. Pode ser um acidente, uma agressão, um assalto, um trauma relacionado à guerra ou até mesmo abusos sofridos na infância.
Essas experiências não fazem parte de uma vida “normal” diária ou estão fora do domínio das experiências “normais” de um determinado indivíduo. Além disso, esses eventos traumáticos se manifestam de várias maneiras. O que é importante lembrar: cada pessoa terá, pelo menos uma vez na vida, vivenciado um evento traumático (por exemplo, a morte de um ente querido).
Que consequências o trauma pode ter?
Um trauma não leva inevitavelmente à doença mental de todas as vítimas. Isso significa que um evento trágico tem o potencial de causar trauma, mas não é a consequência inevitável. A probabilidade de um evento potencialmente traumático levar a consequências negativas depende, entre outras coisas, do tipo de evento em questão.
O tipo e a gravidade do evento são decisivos: os desastres de origem humana têm consequências mais graves, por exemplo, do que uma inundação. Se a vítima é homem ou mulher, ou a gravidade do evento, pode prever se a vítima tem probabilidade de desenvolver transtorno de estresse pós-traumático.
O transtorno de estresse pós-traumático é agora uma das consequências pós-traumáticas mais conhecidas. No entanto, deve-se notar que nem todo evento traumático dá origem automaticamente ao início do transtorno de estresse pós-traumático. As reações ao trauma podem se manifestar de maneiras muito diferentes em adultos, crianças e adolescentes.
O que fazer em caso de distúrbios relacionados a traumas?
Pesquisas mostram que muitos fatores influenciam o grau de sofrimento de um indivíduo que passou por um evento traumático. Estes incluem, entre outros, a saúde mental – por exemplo, a existência de fatores familiares que indicam uma predisposição para a doença mental. Traços de caráter ou estratégias de gerenciamento também desempenham um papel importante.
O que uma pessoa sente subjetivamente durante um evento traumático, como ansiedade, medo ou desespero, é de grande importância. As reações ou apoio demonstrado por quem está ao redor do indivíduo também é muito decisivo, principalmente quando se trata de crianças ou adolescentes.
Como abordar o problema?
Nos casos em que os fatores mencionados acima apresentam certos déficits ou se o evento traumático levar a consequências graves, é aconselhável consultar um psicólogo, psiquiatra ou psicoterapeuta.
Como as consequências podem se manifestar de maneiras muito diferentes de um indivíduo para outro, o diagnóstico deve ser feito por um especialista qualificado. Isso determinará qual método terapêutico melhor se adequa.
A ideia básica desse tratamento é permitir ao paciente aprender a lidar com o trauma e reconhecer o significado de tal evento em sua biografia, mesmo que a princípio possa parecer impossível. Nenhuma terapia será capaz de apagar o que aconteceu, mas ainda pode ajudar a vítima a lidar melhor com o que aconteceu.
Um segundo aspecto importante da terapia é remover possíveis déficits, a fim de ser mais capaz, no futuro, de lidar com os eventos da vida. As vítimas e seus familiares podem encontrar apoio entrando em contato com serviços de emergência, serviços psiquiátricos ou outros centros de aconselhamento.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!
