Para entender a psicose, vamos pensar em algumas situações cotidianas que nos ajudarão. Todos nós, em algum momento de nossas vidas, desconfiamos de algumas pessoas com as quais temos contato. Será que meu chefe me deseja algum mal? Será que meu colega de trabalho está se aproveitando de minha gentileza para conquistar o cargo ao qual me candidatei? Será que minha namorada está me traindo? Essas perguntas são exemplos clássicos de desconfiança. No entanto, graças à nossa percepção da realidade, conseguimos entender que trata-se apenas de algumas hipóteses de conspirações e, independente de serem verdadeiras ou falsas, conseguimos seguir com nossas vidas.
Em indivíduos psicóticos, esse julgamento de valor não ocorre. Isso porque não há diferenciação entre o mundo interior e a realidade propriamente dita. E é isso que faz com que o distúrbio seja caracterizado como uma disfunção na percepção da realidade. Assim, perguntas interiores como “será que meu vizinho quer me ferir?” tornam-se verdadeiras e todas as ações do sujeito giram ao redor disso.
É importante destacar que existem cinco principais tipos de psicose, são eles:
- Reativa breve: sintomas aparecem de forma espontânea durante situações de extrema ansiedade ou estresse, sendo que o indivíduo se recupera em poucos dias;
- Orgânica: ocorre quando há alguma alteração no cérebro decorrente de ferimentos ou doenças, a exemplo cicatrizes, AIDS e tumores;
- Induzida por drogas: drogas lícitas ou ilícitas, incluindo medicamentos, alteram o estado mental, deixando a pessoa mais propensa a apresentar surtos psicóticos;
- Transtorno bipolar: quando o indivíduo apresenta alterações drásticas no humor, variando entre momentos de grande euforia, na qual ele sente que pode fazer qualquer coisa, e momentos depressivos, em alguns casos com vozes pedindo para que se mate;
- Esquizofrenia: ocorre quando há alterações psicóticas em um período igual ou superior a seis meses.
Sintomas e tratamento da psicose
Apesar dos sintomas variarem de intensidade de acordo com a pessoa acometida, são bastante nítidos, em especial para pessoas de convívio mais próximo. Dentre eles, destacam-se:
- delírios, que aumentam de intensidade conforme a doença progride;
- pensamento confuso, ou seja, falta de coerência entre as idéias;
- alucinações, entendidas como percepções falsas sobre a realidade;
- mudança drástica nos sentimentos ou reações emocionais exageradas sem que haja motivo aparente;
- comportamento alterado, em especial a realização de atividades profissionais e mesmo hábitos de higiene.
O tratamento para psicose varia muito conforme o seu tipo e a sua intensidade, podendo ser necessário até mesmo a internação, caso o indivíduo ofereça risco à sua vida ou à vida de terceiros. No entanto, existem medicamentos antipsicóticos que se provam bastante eficazes no controle da doença. Para isso, porém, é necessário que tanto o paciente quanto familiares e amigos sejam acompanhados por um psiquiatra para aprender a lidar de maneira mais eficaz contra a doença.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde.