O esgotamento mental e físico, causado por situações de extrema pressão no ambiente profissional, passou a ser classificado como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019. Chamado de Síndrome de Burnout, o transtorno já acomete mais de 30% dos trabalhadores brasileiros. Isso significa que cerca de 30 milhões de pessoas apresentam a doença, segundo ranking divulgado pela International Stress Management Association (Isma-BR). O termo é utilizado exclusivamente para caracterizar situações de estresse crônico no ambiente de trabalho. Ou seja, o termo não é utilizado para classificar doenças cuja origem do esgotamento vem de outras questões, como problemas financeiros ou no ambiente familiar. Profissionais cujas funções exigem grande responsabilidade, que estão sujeitos a muita pressão interna e externa, que fazem longas jornadas de trabalho e que atuam em ambientes de alta competitividade são mais propensos ao surgimento da síndrome. O transtorno pode trazer graves prejuízos à mente e ao organismo do paciente. Entre os principais sintomas, destacam-se o sentimento de inutilidade, o esgotamento e a diminuição da autoconfiança.
Sintomas da Síndrome de Burnout
1# Mudanças comportamentais
A Síndrome de Burnout pode desencadear alterações severas no comportamento. É comum que, com o agravamento da doença, o paciente se mostre cada vez mais pessimista, ansioso e com baixa autoestima. Também pode haver diminuição da capacidade de concentração, seguida por lapsos de memória. Em alguns casos, o paciente pode se mostrar agressivo e irritado, dificultando o relacionamento no ambiente de trabalho. Todos esses fatores fazem com que o profissional se sinta incapaz, duvidando de seu potencial. O agravamento dos sintomas pode culminar no isolamento do paciente, com ausências frequentes no trabalho.2# Alterações no organismo
Os reflexos do esgotamento, um dos principais sintomas da Síndrome de Burnout, vão além das alterações comportamentais, resultando em grandes repercussões no organismo. O paciente com a doença pode sofrer com dores de cabeça ou enxaquecas. Também é comum que sejam observadas alterações do sono e do apetite, aumento da pressão arterial, sudorese, palpitação e crises de asma. O estresse pode contribuir para o surgimento de lesões na pele, como a dermatite e a psoríase. O paciente também pode apresentar visão turva ou embaçada.Tratamento da Síndrome de Burnout
Segundo especialistas, não há cura para a Síndrome de Burnout. Mas, com tratamento correto, é possível controlar os sintomas da doença e ter qualidade de vida. Uma das alternativas é recorrer à psicoterapia, indicada nos casos em que o paciente se sente impotente, sem perspectivas e esgotado físico e mentalmente. A escolha da linha terapêutica (cognitivo-comportamental, psicanálise, terapia analítica etc) a ser utilizada deve ser feita por um profissional da área. Além da terapia, podem ser indicadas técnicas de relaxamento e exercícios respiratórios. Nesse último caso, a vantagem é que, com poucos minutos de prática, o paciente pode apresentar melhoras consideráveis. Quando há a intensificação dos sintomas, ou em situações em que a doença influencia na realização de atividades cotidianas, é preciso incluir no tratamento o uso de remédios, como antidepressivos e ansiolíticos. O estilo de vida também é um fator importante na prevenção e tratamento do transtorno, como:- evitar longas jornadas de trabalho;
- não ficar mais de um ano sem tirar férias;
- passar tempo com familiares e amigos;
- reservar momentos para a realização de atividades que gerem sensação de bem-estar.