O transtorno bipolar é uma condição que impacta consideravelmente a qualidade de vida do paciente. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), esse problema afeta cerca de 4% da população brasileira.
Neste artigo, além de você entender mais sobre esse transtorno, suas causas e sintomas, também saberá o que fazer para evitar crises. Então, se tem interesse no assunto, continue a leitura do texto.
Afinal, o que é o transtorno bipolar?
O transtorno bipolar é uma condição psiquiátrica que se caracteriza pela manifestação de alterações comportamentais nos pacientes, oscilando entre picos de felicidade e depressão. Essa condição se apresenta a partir das seguintes fases:
- mania (euforia): é o estado de exaltação do humor, quando o paciente demonstra estar alegre sem um motivo específico, podendo ser eufórico, irritável ou até arrogante. Nesse estágio, é comum que ele também apresente mania de grandeza;
- hipomania: estado semelhante ao de mania, mas com menor intensidade;
- depressão: estado que se divide nos tipos 1 e 2. Durante o tipo 1, a pessoa apresenta momentos depressivos intercalados com episódios de mania. Já no tipo 2, os estados de mania são menos intensos.
Ainda, além dessas fases, o paciente também pode apresentar a desordem ciclotímica, situação em que há vários episódios de hipomania e de depressão. Existem outros transtornos bipolares que não se enquadram em nenhuma dessas classificações.
Quais são as causas?
O transtorno bipolar não tem suas causas totalmente esclarecidas. Porém, já se sabe que não há relação com a hereditariedade e que há influência de alguns fatores, como a fisiologia do cérebro, estresse, experiências traumáticas, desequilíbrio hormonal e entre os neurotransmissores.
Além disso, acredita-se que o uso de certos medicamentos ou drogas ilícitas, níveis altos de hormônio tireoidiano e algumas doenças físicas possam provocar os sintomas deste transtorno cerebral.
Como identificar?
Quem sofre com esse transtorno apresenta mudanças no padrão de sono, comportamentos incomuns e alterações constantes nos níveis de atividade. Nos episódios de mania, é comum que o paciente se sinta muito eufórico, nervoso, agitado, fale em ritmo acelerado, realize atividades mais arriscadas e acredite que seja capaz de fazer várias coisas ao mesmo tempo.
Já nos episódios depressivos, os sintomas invertem, como, por exemplo, baixa energia, pensamentos suicidas, mudanças de apetite, sensação de cansaço contínuo, sentimento de tristeza e vazio, dificuldades para se concentrar e memorizar.
Como evitar crises?
O primeiro passo para quem recebe o diagnóstico de transtorno bipolar é buscar acompanhamento psicológico e seguir à risca as orientações e o planejamento terapêutico desenvolvido. Caso contrário, as crises tendem a se tornar cada vez mais frequentes.
Dito isso, é necessário evitar os gatilhos desencadeadores da doença, como, por exemplo, o excesso de estresse e o uso irregular dos medicamentos prescritos. Além disso, a manutenção de uma rotina ajuda a equilibrar a vida do paciente e contribui para a melhora do quadro.
Ainda, a prática de atividades físicas também auxilia no controle do cortisol, chamado de hormônio do estresse, e na liberação de endorfina e serotonina, chamados de hormônios do bem-estar.
Outra atitude importante para evitar crises é encontrar e manter uma atividade que seja saudável e prazerosa, como, por exemplo, aulas de música ou de dança, jardinagem, desenvolver o gosto pela leitura e se relacionar com outras pessoas.
Enfim, essas são algumas recomendações mais utilizadas pelos especialistas para ajudar o paciente a controlar ou evitar as crises causadas pelo transtorno bipolar. Porém, é imprescindível buscar a orientação e avaliação desse especialista.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!
