Segundo levantamento da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), o transtorno bipolar afeta cerca de 4% da população brasileira. Essa é uma condição grave e que exige tratamento, possibilitando o controle dos sintomas e ajudando a evitar crises.
Você sabe os fatores associados à causa deste transtorno? Conhece os principais recursos utilizados no tratamento? Então, recomendamos a leitura deste post. Nele, explicaremos tudo sobre o assunto.
O que é o transtorno bipolar?
O transtorno bipolar se caracteriza pela alternância de dois estados emocionais: a extrema tristeza (depressão) e a intensa euforia (mania). Porém, diferente do que ocorre com outros transtornos, este não tem relação com a falta de serotonina.
Ainda, essa doença pode se manifestar de modo repentino ou como resposta a variados estímulos. Na fase de mania o paciente apresenta grande euforia combinada com um estado leve de excitação e otimismo exagerado, sendo marcada por sintomas mais intensos.
Por outro lado, na fase de depressão, a tristeza profunda, desesperança, desânimo e falta de estímulo para com a vida são os sintomas mais comuns. Essa fase é mais recorrente que a anterior.
Quais são as causas?
Embora não tenha uma causa conhecida, existem evidências de que o transtorno bipolar esteja relacionado a uma desregulação nos neurotransmissores noradrenalina e serotonina. Geralmente, a condição é desencadeada por um evento estressante.
Outra possibilidade é de que o uso de certos medicamentos ou drogas ilícitas, níveis altos de hormônio tireoidiano e algumas doenças físicas possam provocar os sintomas deste transtorno cerebral, funcionando como um gatilho.
Quais os sintomas mais comuns?
O transtorno bipolar se caracteriza pelas alterações comportamentais que provoca, sendo divididas entre episódios de mania, hipomania e de depressão:
- mania (euforia): estado de exaltação do humor. O paciente demonstra estar alegre sem um motivo específico, podendo ser eufórico, irritável ou até arrogante. Nesse estágio, é comum que ele também apresente mania de grandeza;
- hipomania: estado semelhante ao de mania, mas de menor intensidade;
- depressão: estado que se divide nos tipos 1 e 2. Durante o tipo 1, a pessoa apresenta momentos depressivos intercalados com episódios de mania. Já no tipo 2, os estados de mania são menos intensos.
Além disso, quem sofre com o transtorno experimenta mudanças no padrão de sono, comportamentos incomuns e alterações constantes nos níveis de atividade. Além disso, outros sintomas podem surgir, a depender do tipo de episódio.
Como evitar as crises?
O primeiro passo para tratar e evitar as crises é não negar a existência do transtorno. O paciente precisa aceitar os sintomas e dar a importância e atenção necessária ao problema, sem minimizá-lo.
Contudo, como o tratamento do transtorno bipolar envolve o uso de medicamentos, é comum que o paciente abandone o uso por conta própria em função dos efeitos colaterais, como, por exemplo, queda de cabelo, perda de peso, irritabilidade ou sonolência.
Além disso, a psicoterapia é fundamental para evitar as crises, pois trabalha as questões que desencadeiam o transtorno. O psicólogo leva o paciente a entender a doença e a identificar fatores na sua rotina que atuam como gatilhos.
Outro ponto importante é a manutenção de uma rotina. A realização de atividades físicas, por exemplo, diminui os efeitos dos medicamentos e ajuda a regular estruturas bioquímicas do cérebro. O mesmo vale para atividades prazerosas e o convívio social.
Enfim, a melhor maneira de evitar o surgimento dos sintomas do transtorno bipolar é buscando tratamento com um especialista e seguindo à risca todas as orientações. Portanto, caso conheça alguém que sofra com essa condição, recomenda a consulta com um profissional.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!