Quando estamos obcecados por um defeito físico e esse complexo assume uma escala que nos impede de viver normalmente, pode ser um sinal de que estamos sofrendo de um transtorno dismórfico corporal.
Mas, afinal, o que está por trás disso? Como tratar? Fizemos um balanço dos principais pontos neste artigo! Confira!
O que é o Transtorno Dismórfico Corporal?
Tanto a dismorfofobia (medo de dismorfia corporal) quanto a dismorfia corporal em si são transtornos psiquiátricos que estão relacionados a um defeito corporal. Mas as duas noções costumam estar dissociadas. No caso da dismorfofobia, esse defeito físico refere-se a um medo. A pessoa que sofre com isso teme ter um nariz grande demais ou um rosto deformado, por exemplo.
Por outro lado, no caso da dismorfia corporal, o paciente não teme esse defeito físico, pois está convencido de que ele existe e é uma realidade. O que define a dismorfia corporal é o caráter obsessivo do defeito físico, uma busca incessante por um ideal de perfeição – então muito pregado hoje, inclusive.
Um defeito físico imaginário ou exagerado
Essa insatisfação, seja relacionada a uma falha física real ou não, pode afetar qualquer parte do corpo, o rosto (olhos, nariz, mãos, etc.). Especifica-se que para qualificar um transtorno dismórfico corporal uma parte do corpo deve ser menosprezada e superestimada. Assim, a preocupação com essa “falha” é desproporcional.
Assim, isso evolui a ponto de causar nojo, por exemplo. O sofrimento significativo resultante altera a vida em sociedade (amor, amizade, família, vida profissional). Hoje, com o fenômeno das redes sociais em ascensão, tudo se tornou ainda mais acentuado.
Pessoas que sofrem de dismorfia corporal estão excessivamente focadas na área do corpo que odeiam. Tanto que passam a adotar comportamentos “anormais” para monitorar e corrigir esse defeito: tirar fotos dessa área para ver como ela está evoluindo; distúrbios alimentares; regimes sucessivos ou uso de medicamentos para emagrecer; múltiplas operações de cirurgia estética e mais!
Essas atitudes não resolverão o problema psicológico. É por isso que, no caso da cirurgia estética, é de suma importância avaliar o estado psicológico do candidato para garantir que ele não sofra de dismorfia corporal.
Transtorno dismórfico corporal e patologias mais sérias
Às vezes, essa dismorfia é a ponta do iceberg e pode se referir a uma patologia mais séria. Pode ser sintoma de uma doença psiquiátrica como anorexia nervosa ou esquizofrenia, por exemplo. Nesses casos, é imprescindível a procura por um profissional.
Tratamentos
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) trata transtornos dismórficos corporais. Tal como acontece com a depressão, o psiquiatra ou psicólogo trabalha em distorções cognitivas. Essas são padrões de pensamento distorcidos que induzem um comportamento tóxico no paciente.
Esse é um grande desafio, considerando que os jovens já nascem integrados a uma forte cultura do corpo perfeito. Essa ideologia fomenta os distúrbios e transtornos alimentares e do corpo, causando prejuízos físicos e psicológicos difíceis de reverter. Além disso, para piorar ainda mais a situação, o discurso contrário ainda é um grande tabu, o que dificulta a ampla discussão do tema.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!