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Tratamento de doenças mentais: como funciona?

Boa parte da resposta para a pergunta ‘como funcionam os tratamentos de uma doença mental?’, está em entender o que é doença e depois o que é a mente. Definir o que é doença é relativamente fácil, como veremos a seguir, mas falar sobre a mente é algo um pouco mais delicado.

Doença é, para nós do século XXI, um processo de desvio da normalidade, desvio este percebido através do método anatomopatológico, onde por meio de exames, verifica-se uma alteração na aparência de um órgão, na composição química do sangue ou outra anomalia similar.

A mente é de difícil definição, pois ela não existe em nosso mundo físico, não é um órgão com pesos e medidas; a mente não é o cérebro, embora esteja intimamente relacionada a ele. É mais fácil explicá-la através das suas manifestações do que elaborando longas conceituações. O tratamento da doença mental vai envolver a análise de funções como memória, percepção, pensamento, sensação e emoção, que são exemplos das manifestações da mente.

Mas o que é doença mental?

Doença mental deve ser entendida como disorder (termo em inglês) ou transtorno, em português. De acordo com o DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), transtorno mental é uma síndrome (conjunto de sintomas) que ocorre em grupos que se repetem nos indivíduos, possibilitando a classificação de uma perturbação que compromete aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais, limitando ou mesmo impossibilitando a integridade do indivíduo e seu convívio social ou com o meio ambiente.

É importante saber que tal definição não se opõe às doenças tradicionais, como o câncer ou a sífilis, e tanto as doenças físicas como os transtornos mentais desorganizam processos vitais. Cabe ao psiquiatra o diagnóstico preciso do transtorno e a formatação do tratamento da doença mental. A psiquiatria é a especialidade médica que tem o conhecimento interdisciplinar (anatomia, farmacologia, bioquímica, etc.) para essa tarefa, chave para o sucesso do tratamento.

Tratamento da doença mental – eixos principais:

  • Abordagem medicamentosa de impacto: quando a intensidade do sintoma caracteriza uma crise com bastante sofrimento;
  • Administração medicamentosa de controle: quando se busca a equalização bioquímica que permitirá ao paciente autonomia e tomada de decisões;
  • Abordagem conjunta de medicação e terapia: indicada para pacientes já estabilizados, com ênfase na melhora da qualidade de vida. A terapia pode ajudar como método investigativo. O psicólogo pode atuar em conjunto com o psiquiatra;
  • Abordagem psicoterapêutica: quando há necessidade de continuidade após a interrupção do tratamento medicamentoso, com o objetivo de acompanhar a (re)integração do paciente no meio social. O psicólogo pode atuar nessa abordagem.

É importante que a sociedade e o próprio paciente saibam que o tratamento para a doença mental existe e está ao alcance de todos. É preciso prestar atenção aos sinais e livrar-se do preconceito.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!

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