Vício em jogos

Vício em jogos: quando procurar tratamento?

Quando longas horas são dedicadas ao videogame, ou outras modalidades de jogos, é preciso estar atento para a transformação de um simples passatempo em um vício em jogos. Quem nunca reuniu a família para uma boa partida de dominó ou esperou ansioso pelo lançamento de um game novo? Palavras-cruzadas, cartas, jogos de tabuleiro ou videogames. As opções são inúmeras! Os jogos, sejam eles no meio online ou off-line, além de prazerosos e divertidos, podem ser importantes aliados do cérebro. Entre os benefícios deles estão o desenvolvimento ou aprimoramento de habilidades, como a criatividade, a concentração, o foco e o raciocínio lógico. Também ajudam no aprendizado e na memória. Mas, como saber se o gosto pode jogos configura-se vício? Entenda melhor sobre o assunto a seguir.

Vício em jogos é uma doença e tem cura

Dentre as manifestações da doença está a compulsão por jogos de azar, que inclui cartas, bingos, loteria e máquinas caça-níquéis. Tudo o que envolva aposta e aleatoriedade desperta a atenção do paciente com compulsão. Segundo especialistas, trata-se de uma patologia semelhante a outros vícios, como o alcoolismo. O cérebro do jogador compulsivo funciona de forma equivalente ao de uma pessoa viciada em entorpecentes, por exemplo. As mesmas regiões cerebrais são estimuladas, apesar de não haver ingestão de bebidas ou drogas. Estima-se que cerca de 2% da população brasileira sofra com essa patologia, que muitas vezes não é corretamente diagnosticada ou tratada por falta de informação e preconceito. Outro tipo é a dependência em jogos eletrônicos, também conhecida como gaming disorder. O transtorno foi reconhecido como uma patologia em 2018, sendo inclusive incluído na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os principais sintomas estão a agressividade, distúrbios do sono, depressão e ansiedade.

Como identificar o vício em jogos?

Quando o tempo dedicado aos jogos, independentemente da modalidade, se torna exagerado, comprometendo atividades do dia a dia, é preciso ficar alerta. A compulsão pode, pouco a pouco, transformar negativamente a rotina do paciente, com prejuízos à vida social, profissional e diminuição do rendimento acadêmico. Em alguns casos, o vício pode até comprometer a realização de rituais de higiene pessoal, como tomar banho e escovar os dentes. Ao conscientizar-se de que precisa de tratamento, o paciente precisa buscar apoio de profissionais especializados, como psiquiatras e psicólogos. Por se tratar de uma doença comportamental, o vício em jogos pode ser combatido por meio de estratégias semelhantes às utilizadas para o atendimento a pessoas com dependência química, incluindo tratamento psicoterapêutico individual e em grupo. Além de evitar que o paciente tenha contato com qualquer tipo de jogo, é importante incluir na rotina atividades que produzam sensação de bem-estar, como, por exemplo, a prática de esportes, meditação e aulas de música. O distúrbio pode vir acompanhado de outras patologias, como a depressão, o tabagismo, a ansiedade e distúrbios do sono. Nesses casos, pode haver necessidade do uso de ansiolíticos e antidepressivos.

Equilíbrio como estratégia

Para evitar que o prazer dos jogos vire motivo de preocupação, preze sempre pelo equilíbrio! Ao perceber que a diversão está se transformando em um vício em jogos, não hesite em pedir ajuda e procure auxílio médico! Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Lucas do Rio Verde!

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